Relógio esportivo vale mais a pena que um smartwatch comum?

De origem estadunidense, a empresa Garmin é especializada em aparelhos com tecnologia GPS. Não à toa, seus vestíveis contam com alta precisão nesse aspecto. 

Alguns relógios da marca, de séries específicas como Fênix e Instinct, atualizam a localização via dupla frequência. Dessa forma, além de usar o sistema de posicionamento estadunidense (GPS), também são capazes de usar dados do russo (Glonass) ou europeu (Galileo).

Os relógios estão equipados com recurso de reconhecimento por aproximação (NFC). Porém, não são todos os usuários que podem realizar pagamentos através desse método. Atualmente no Brasil, somente clientes Visa-Banco do Brasil ou Mastercard-BTG Pactual estão elegíveis para o Garmin Pay.

A Garmin trabalha com diversas séries, sendo as principais:

Forerunner: é a mais famosa, com foco em atividades como corrida e triatlo, mas também tem suporte para treinos em ambientes fechados. Oferece métricas de desempenho detalhadas – com informações como ritmo, distância, frequência cardíaca e volume de oxigênio (VO₂ max). Os modelos que têm numeração com final 5 são aqueles que fazem medição de frequência cardíaca diretamente no pulso, dispensando cinta cardíaca. É a opção com os modelos mais leves, ao lado da linha Venu.

Venu: o foco aqui é o design. Além de leves, mantém um visual mais próximo dos relógios tradicionais. Contam com tela de AMOLED, que proporciona cores mais vibrantes e contraste mais acentuado. Indicado para quem quer incorporar as práticas esportivas como seu estilo de vida.

Fenix: relógios Garmin já são reconhecidos por um visual mais robusto que smartwatches como Samsung ou Apple, mas a série Fenix concentra os modelos mais parrudos da marca. Conta com recursos como mapas topográficos e perfil de elevação. Construído em aço inoxidável e tela de cristal de safira, tem certificação militar (MIL-STD-810G) e bateria que promete durar dias longe da tomada, mesmo com GPS ativado. Preferido para práticas ao ar livre.

Instinct: também robustos, mas com um preço um pouco mais acessível. Para isso, a marca troca o aço e a safira por polímero reforçado com fibra e cristal de vidro temperado. Ainda assim, conta com a certificação militar (MIL-STD-810G) de alta resistência para condições extremas (à prova até mesmo de choque), ideal para aventureiros em atividades outdoor.

Marq: a série de luxo da marca, feita com materiais mais nobres que as outras alternativas – dá para encontrar opções com pulseiras de couro. Os modelos contém funcionalidades para entusiastas de golfe, aviação, esportes náuticos, etc.

A Polar já está no mercado há quase cinquenta anos. Surgiu com foco em monitores de frequência cardíaca, mas também está entre os grandes nomes da área de vestíveis atualmente.

Os modelos da marca chamam a atenção por serem mais minimalistas que a concorrente Garmin.

Atualmente, cinco séries ganham destaque da marca:

Ignite: uma das mais vendidas da marca, seu foco é o estilo de vida fitness. O design é bem minimalista, com todos os recursos básicos de um smartwatch: monitoramento de sono e cardíaco, contador de passos, guia de exercícios, etc. Mas vai além, conseguindo fazer cálculos de condicionamento aeróbico, por exemplo. O app da marca também possibilita estabelecer metas de atividades e dá orientações por voz durante o treino.

Pacer: outra série bem famosa da Polar. Mais recente, ela é uma evolução do Ignite e ideal para quem leva o treino mais a sério. O acompanhamento cardíaco é mais detalhado, tem barômetro (para detectar altitude) e consegue entregar mais informações sobre atividades de carga muscular. Os displays são do tipo MIP (memory-in-pixel), parecido com o e-ink de Kindle e outros e-readers, o que permite maior economia de bateria.

Unite: são os modelos mais acessíveis da Polar. Os monitoramentos de sono e treino são mais simplificados, com foco no essencial como GPS e sensor de frequência cardíaca. O design também segue uma linha mais minimalista que as demais séries.

Grit X: ideal para atividades outdoor, essa linha pode ser uma boa concorrente da série Fenix, da Garmin. Conta com recursos específicos para trilha e outras práticas ao ar livre, como bússola e mapas offline. Tem certificação militar (MIL-STD-810G) para alta resistência e conta com display AMOLED, com cores vibrantes.

Vantage V: voltada para treinos de alto rendimento. Mais leve que o Grit X, é feito de materiais um pouco menos nobres e tem resistência inferior. Apesar de suportar temperaturas extremas, suporta uma profundidade menor embaixo d’água e não tem certificação militar. Por outro lado, tem um visual mais discreto que o Grit X.

Os smartwatches top de linha de Apple e Samsung ainda apresentam recursos interessantes para quem deseja focar no esporte. Apesar do Galaxy Watch Ultra suportar menor profundidade na água que um Polar Vantage V, por exemplo, ainda é possível encontrar boa parte das principais soluções para atividades outdoor nele.

O ponto positivo de Apple e Samsung é a integração com o ecossistema de suas respectivas marcas, facilitando a troca de informações entre relógio e celular, por exemplo. Também vale destacar a facilidade de pagamentos contactless, já que o NFC está habilitado para boa parte dos cartões usados no Brasil em ambas as marcas.

Outras marcas esportivas de renome, como Casio, por exemplo, ainda não contam com relógios realmente inteligentes – embora algumas lojas possam sinalizá-los assim. Sem um sistema operacional, o G-Squad não consegue se conectar a um streaming ou enviar informações para um app.

Apesar de facilitar o monitoramento diário de métricas fitness, vale lembrar que somente a avaliação de um profissional médico é capaz de determinar o real estado de saúde de uma pessoa.

“Nada substitui um equipamento calibrado utilizado em hospitais e pronto-socorros. O relógio serve muito mais como um parâmetro de aviso”, afirma Sérgio Rocha, corredor e host do portal Corrida no Ar. Ele já explicou ao Estadão Recomenda as vantagens desse tipo de acessório.