Arnaldo Baptista, Evandro Mesquita e mais indicam os maiores discos de rock da história

Para quem perguntar sobre a escolha, Rosa enfatiza que Clube da Esquina é, sim, um disco de rock. “É reflexo do que era o rock brasileiro em 1970, com inovação e inquietação. Valoriza suas agruras, incoerências, conflitos e rupturas. Está tudo ali e continua lá – desde a musicalidade, elogiada por Jim Capaldi, do Traffic, como ‘o melhor do rock no Brasil’, à guitarra distorcida de Lô Borges, que valeu citação, já na última década, por Alex Turner, do Arctic Monkeys.”

“Dou os méritos ao Tony Kaye, tecladista original do Yes, que tem um som que ninguém conseguiu até hoje – nem eu! É muito maravilhoso! Aquele alcance do órgão! E tem um lado bem distorcido. Parece uma coisa linda! Espero alcançar isso algum dia”, diz Baptista.

“Poderia citar inúmeros clássicos, mas vou indicar este que mais me inspirou, do The Clash. Ele tem tudo que o rock oferece, energia, indignação, impacto, diversidade e consciência!”

“O rock mundial tem muitos discos emblemáticos, mas eu diria que A Night at The Opera, do Queen, é uma das obras obrigatórias para quem gosta de rock’n’roll.  Já é bizarro conceber uma obra como aquela se fosse hoje em dia. Pensar que ela foi feita há tanto tempo e até hoje é tão inovadora, moderna e inspirada é algo simplesmente assustador. Assim, acabou servindo como base de muitas outras bandas e composições.”

“O primeiro que vem na minha cabeça é o Ritual de lo Habitual, do Jane ‘s Addiction. É uma banda que não tem uma projeção tão alta quanto outros grandes artistas que estão por aí no mundo, mas que merecia ter. Esse disco tem músicas rápidas, hardcore, baladas, solos incríveis do Dave Navarro. Tem muitas aulas de rock ali.”

“O primeiro disco do Led Zeppelin. Ali eles já mostram a que vieram. É como se eles se apresentassem ao mundo derrubando a porta e sem pedir licença. Ele é cru, visceral e urgente.”

“O primeiro do Ramones sem dúvida! ‘Hey Ho, Let’s Go!’ e fim de papo! Discoteca básica de quem gosta de música boa e visceral. Um álbum direto ao ponto, sem firula e a possibilidade de também fazer uma banda de rock!”

“Apesar de uma escolha dificílima, vou pelo colorido psicodélico de sua capa e sonoridade. Além de ser um disco que conta uma história!”, diz o vocalista, que também fez questão de indicar mais dois discos para esta reportagem. “Panis et Circencis (1968), dos Mutantes, joga no caldeirão de criatividade os sons brasileiros com um pop de vanguarda estrangeiro. Além de serem super teatrais nos vocais e arranjos, até os figurinos e as apresentações maravilhosas. Já Tommy (1969), do The Who, é uma ópera rock fundamental para qualquer biblioteca que se preze.”

“Muito difícil mesmo escolher um só disco para considerar obrigatório, mas já que a pergunta é essa, eu vou no primeiro do Black Sabbath. Tem uma energia absurda junto com simplicidade. Formou muito caráter pelo mundo afora.”

“É um material que se aproveita de algumas faixas que ‘sobraram’ do primeiro disco. Considero o grande álbum do heavy metal, influenciado pelos Beatles e Buddy Holly. A temática politizada, como na música ‘War Pigs’, e a reflexão sobre ansiedade, em ‘Paranoid’, o fazem disco atemporal e obrigatório – clássico do começo ao fim.” 

“Como disse antes, este é um disco fundamental para que se entenda a força, o vigor e as características que geraram esse ritmo. Quer saber o que é rock’n’roll, ouça este álbum.”

“É uma obra-prima em termos de composição, produção, gravação, sonoridade e impacto geracional. Fenomenal e fundamental a todo amante de música. Se alguém estiver a fim de conhecer o gênero, este é um excelente cartão de visitas.”

“O movimento punk me cativou por seu conceito e estética de vanguarda – sucedido pelo New Wave. Esses estilos deram uma nova roupagem ao rock e lançaram à tona uma infinidade de bandas imperdíveis, como The Cure, PIL, Sex Pistols e muito mais. São a trilha sonora da minha vida”. 

“Para mim, um divisor de águas para o punk, responsável por renovar o gênero e dar um respiro ao rock na década de 1970, foi o London Calling, do The Clash. É um disco onde o punk evolui, trazendo a contundência das letras e a pegada forte dos instrumentos, mas com a versatilidade de explorar outros sons, batidas e pulsações. É um disco fundamental para entendermos a essência do rock ‘n roll”.

“Ao tratar dos traumas de Roger Waters enquanto jovem adulto, The Wall serve como uma válvula de expressão e protesto. Também traz versatilidade, desde músicas mais agressivas, a baladas e melodias sombrias. Isso sem falar do compromisso em ‘contar uma história’, como um bom disco conceitual. “Carrega, uma a uma, todas as características que um grande disco de rock costuma ter. Uma reunião de qualidade, variedade melódica, técnica apurada, letras como protesto, identificação para quem ouve e camadas de sentido, que extrapolam as faixas.”

“É um marco, não só na carreira deles, como do rock mundial. Trouxeram uma nova linguagem e se aliaram ao rap de maneira magistral e definitiva. É um power trio, comandado pelo Zach de La Rocha, que apresenta explosão de riffs, que parecem navalhas. Impressiona a sua célula rítmica e forma única de compor grooves. Essencial.”

“Discos como esse me interessam por fugir do modus operandi do gênero e se misturar com outras ideias. Gosto do rock que não é só drive e fuzz. Aquele rock dos anos 60/70.”

“Representa, na sua melhor forma, o rock progressivo/psicodélico dos anos 1970. Ainda, demonstra como se faz uma coletânea de músicas realmente soar como um álbum amarrado. Se você notar, ele é uma grande música de 43 minutos, pois as faixas se emendam do início ao fim. É genial.”