Se tem algo que brasileiro gosta de celebrar é vitória. Pouco importa se for futebol, tiro com arco, prêmio de arquitetura ou HQs – se tem um brasileiro no páreo, vira paixão nacional. Mas o que parece um cenário de valorização é, na verdade, volátil. Dê uma semana, e do mesmo modo que surgem, esses nomes desaparecem do imaginário popular.
Não que falte vibração. Pelo contrário, quem olha de fora enxerga um País com a torcida mais fervorosa do mundo. Foi o brasileiro – e não o alemão – que deixou o Freddie Mercury sem fôlego, sentado no Rock in Rio. Contudo, foi o alemão – e não o brasileiro – que viu seu país vencer o Nobel 109 vezes.
E nos quadrinhos? Sem exageros, é praia nossa. Os brasileiros exibem relevância internacional: de 2008 para cá, para se ter ideia artistas nacionais acumulam 13 Prêmios Eisner (“Oscar dos quadrinhos”). Isto é, fora os países de língua inglesa, apenas a Espanha aparece na nossa frente – com 15 láureas. Tudo certo, então? Ainda não.
Falta incentivo. O Brasil é um dos países que melhor sabe aproveitar o espetáculo. Porém, não pode, apenas, esperar que ele apareça diante de seus olhos – custeado pelo esforço e talento de casos isolados. Assim, resta ao público aplaudir os profissionais que ainda percorrem o caminho até, um dia, ganharem os holofotes.
Para chamar atenção ao debate, o Estadão Recomenda entrevistou três cartunistas brasileiros vencedores do Prêmio Eisner, Marcelo D’Salete, Mike Deodato e Fido Nesti, e perguntou a cada um deles quais os novos artistas que precisamos ficar de olho.
Ficou interessado? Confira abaixo as indicações.