Uma das maiores bilheterias do cinema em 2024, Duna: Parte 2 atingiu o patamar de épico espacial, arrecadando mais de US$ 710 milhões mundialmente — quase o dobro do seu primeiro título (U$ 434). O filme abarca a segunda metade de Duna (1965), livro que abre a saga criada por Frank Herbert.

Antes mesmo de seu lançamento oficial, o segundo capítulo da adaptação do diretor Denis Villeneuve (A Chegada) já acumulava elogios da crítica especializada. Na semana de estreia, por exemplo, o longa alcançou a média mais alta da história do agregador de críticas IMDb, com 9,4 estrelas. 

E para quem achou que o hype poderia jogar contra o seu favor – errado. O acadêmico e crítico de cinema, Waldemar Dalenogare Neto, reforça a grata surpresa entregue por Villeneuve. “Não imaginava que um estúdio apostaria em Duna na forma como foi feito. Depois da adaptação mal-sucedida de 1984, de David Lynch, a saga foi taxada como um livro ‘difícil demais para ser feito no cinema’. Por isso, a divisão em dois filmes faz tanta diferença”, avaliou, em entrevista exclusiva ao Estadão Recomenda.

A escolha em dividir o livro em dois filmes não foi por acaso. A obra-prima de Herbert se estende por quase 900 páginas e apresenta detalhes sobre estruturas, relações e personagens. Já sua sequência, Messias de Duna (1969), é bem mais enxuta. Com apenas 250 páginas, o livro será a base para o encerramento da trilogia de Villeneuve – previsto para dezembro de 2026.

Para Dalenogare, o tamanho reduzido beneficia a produção criativa do diretor e dá margem para estruturar o fechamento da saga. “Com um contexto já estabelecido e personagens desenvolvidos – ao longo de quase 6 horas de tela –, Villeneuve poderá, enfim, adicionar conteúdo próprio ao universo”, comentou. 

Por mais que a trilogia cinematográfica esteja próxima do fim, ela não passa de uma introdução, quando considerado universo criado por Herbert. Após os dois primeiros livros, o autor ainda publicou outras quatro obras, entre 1976 e 1985. Segundo o crítico, são elas que norteiam o enredo central de Duna e, por consequência, recebem maior prestígio dos fãs e das editoras.

Após a morte do autor, em fevereiro de 1986, seu filho Brian Herbert fechou parceria com o escritor de ficção, Kevin Anderson, para produzir novas obras que expandissem o universo do pai — entre elas, Irmandade de Duna (2012), base para a série Duna: A Profecia, disponível na Max e HBO. Desde então, a dupla publicou cinco trilogias, que contam o passado de Arrakis, das Grandes Casas e de seus heróis. 

Para se encontrar no meio de tantas produções, separamos abaixo a ordem certa para se ler os livros do universo de Duna.