Por determinar a força do liquidificador, a potência deve ser o primeiro critério a ser considerado. Para o uso doméstico, Salvini recomenda modelos a partir de 700W, o que permite ultrapassar a fronteira dos sucos e vitaminas, e processar alimentos mais densos, como castanhas, bases semi-congeladas e pastas de oleaginosas. Em cozinhas profissionais, o valor aumenta para 1.500W.
O tamanho e o material da jarra também são relevantes. Para famílias de até quatro pessoas, um copo de 1,5 a 2 litros costuma ser suficiente. Quanto ao material, o vidro é o favorito do chef. Apesar de “cair-quebrou”, resiste bem ao calor e não retém aromas – permitindo bater uma pasta de alho e uma sobremesa, um depois do outro, sem afetar no sabor.
Já o plástico é um material resistente a quedas, mais barato, mas retém odores. Por isso, neste caso, Salvini sugere ter dois copos de plástico: um para ingredientes doces e outro para salgados. “Aí, quando puder investir um pouco mais, recomendo o de vidro ou inox – que não quebra, mas também não se vê nada dentro.”
Outro ponto crucial são as lâminas, que respondem à tríade: formato, quantidade e afiação. O conselho de Salvini é “fugir dos ângulos retos”, e procurar lâminas curvas em várias angulações. Assim, atinge-se os ingredientes em diferentes posições e os trazem ao centro para um processamento mais rápido e homogêneo. A maior quantidade e melhor afiação, por sua vez, trazem eficiência – aumentando a vida útil do equipamento.
Por outro lado, com um motor potente, girando tantas lâminas afiadas – sejam elas curvas ou retas –, o liquidificador pode machucar. Por isso, Salvini destaca a importância de sistemas de segurança, especialmente em casas com crianças, para que o aparelho só ligue com a tampa fechada. Além disso, opte por modelos com lâminas e copo removíveis, pois facilita a limpeza.
Entre as funções adicionais, o controle de velocidade e a função pulsar são essenciais, ajustando o aparelho conforme o tipo de preparo.“Um suco ou vitamina, por exemplo, exige uma velocidade menor para evitar lambança, enquanto ingredientes mais duros, como gelo ou castanha, pedem uma agitação forte e pausada, que o deixa mais homogêneo e não danifica o motor”, explica.
E, para quem gosta de inovação, há modelos com funções como autolimpeza, na qual basta colocar um pouco de água e detergente no copo, clicar no botão e assisti-lo adiantar 90% do seu trabalho. Ou, então, aparelhos que controlam a temperatura interna da jarra, facilitando o preparo de cremes, sopas e até brigadeiros.