Nova GoPro Hero 13 é a melhor lançada, mas não é para todos. Confira o que achamos

A qualidade de imagem produzida com a Hero 13 segue o mesmo padrão das suas antecessoras, o que pode decepcionar quem esperava avanços nesse lançamento. Seu vídeo se mantém com qualidade máxima de 5,3K a 60 FPS, enquanto as fotos capturadas podem ter até 27,13 MP (5.568 x 4.872). O diferencial fica para quem gosta do recurso de câmera lenta, que agora tem qualidade de 5,3K a até 120 FPS, oferecendo câmera lenta de até 4x com maior resolução, e novo modo de disparo contínuo em câmera lenta a 720p e 400 FPS, proporcionando baixa velocidade de até 13x para capturar detalhes em movimentos extremamente rápidos, mas com menos resolução. A gravação em 2,7K a até 240 FPS é mantido da HERO 12, permitindo câmera lenta de até 8x.

Câmera lenta de 2x, 4x e 8x da GoPro Hero 13 melhora em algumas qualidades e mantém boa performance | Foto: Matheus Morato/Estadão Recomenda

Outra novidade foi a introdução do HDR em HLG (Hybrid Log Gamma). Voltado para criadores de conteúdo, o recurso amplia o espaço de cores e melhora o contraste. Na prática, a diferença é mínima.

Mesmo que com melhorias para baixa luminosidade, a câmera ainda apresenta dificuldades em gravações nesses momentos. As imagens tornam-se granuladas em ambientes escuros e quase inutilizáveis em situações de pouca luz, um problema que já era apontado em modelos anteriores.

De acordo com sites especializados, a nova GoPro perde nesse ponto para sua principal concorrente lá fora, a DJI Action 5 – ainda não avaliada por não ter sido lançada oficialmente no Brasil até o momento.

Passados os pontos que não surpreendem, temos a principal inovação do modelo: seus novos filtros e lentes. Para entusiastas de filmagem, a GoPro Hero 13 se destaca com a introdução das lentes HB-Series, como a lente ultra-angular e o kit de filtros ND, permitindo mais versatilidade na produção de conteúdo.

A lente Ultra Wide (R$ 1.100) expande o campo de visão (mais do que já faz de padrão), assim como feito na Max Lens 2.0 (entre R$ 900 e R$ 1.600) – disponível a partir da 12 Black e também compatível com a 13. Ambas possuem o mesmo campo de visão de 177º e permitem gravações em 4K a 60 FPS.

A nova lente, porém, possui detecção e configuração automática pela GoPro Hero 13 Black, algo que não é feito com a Max Lens 2.0. Infelizmente, ela não é compatível com os modelos anteriores, mas ainda assim é a melhor opção para quem adquirir o lançamento.

A lente macro (na faixa de R$ 1.300) é outro destaque, não só com possibilidade de gravações mais próximas do objeto de cena com alta qualidade, como também com a possibilidade de configurar o foco para onde deseja priorizar. Pela própria lente, é possível ressaltar o objeto central ou o fundo, criando mais profundidade, útil inclusive para vlogs (aquele efeito de fundo mais desfocado).

Por fim, os filtros de densidade neutra (ND). Eles nada mais são do que meios de reduzir a quantidade de luz que vai atingir o sensor da câmera, permitindo configurar a gravação para velocidades de obturador mais lentas ou aberturas maiores sem superexposição da imagem. Os filtros vão da ND 4 à ND 32 (kit com 4 na faixa de R$850), com reduções graduais dessa entrada de luz conforme aumenta seu número:

• ND4: Ideal para condições de pouca luz ou durante o pôr do sol tardio.
• ND8: Adequado para filmagens no pôr do sol ou ao anoitecer.
• ND16: Perfeito para capturas durante a tarde.
• ND32: Melhor para dias claros e ensolarados.

Todos esses acessórios são detectados automaticamente pela câmera e ajustam as configurações para capturas ideais, permitindo mais facilidade na hora da filmagem/foto. Apesar de também ser compatível com lentes de modelos anteriores (como a Max Lens 2.0), nesses casos será preciso a configuração manual.

Para 2025, ainda está prometida uma lente anamórfica, que parece promissora. Pelos testes da empresa, ela adiciona um apelo cinematográfico ao modelo (algo que estamos ansiosos para o lançamento). O ponto negativo é o custo de tudo isso: o conjunto completo sai por mais de R$ 6.500 (sem contar a nova lente que ainda não temos o preço) e será exclusivo da Go Pro 13 Black, pelo menos em um primeiro momento.

A nova bateria Enduro possui 1900 mAh, resultando em até 2,5 horas de gravação contínua em 1080p e mais de 1 hora e 20 minutos em 4K (testadas e comprovadas após carregamento total). Como comparação, o último modelo possuía 1720 mAh, porém é uma evolução que tem um custo. Apesar de ser a bateria mais eficiente da linha, ela não é compatível com modelos anteriores, o que pode frustrar usuários de longa data que precisarão adquirir baterias extras, caso precisem.

Apesar de ser um ponto negativo para antigos fãs e usuários da marca, acaba sendo um diferencial para quem não possui nenhum outro modelo. Isso porque, esse modelo de bateria provavelmente será adotado nos futuros modelos, permitindo que proprietários da Hero 13 já tenham essa versão para novos modelos.

A Hero 13 apresenta melhorias no gerenciamento de energia, mas o superaquecimento ainda pode ocorrer em situações de uso contínuo em altas resoluções, como gravações prolongadas em 5,3K. Essa não é uma reclamação nova, já que usuários comentam sobre o problema em outros modelos da linha Hero.

Por outro lado, a inclusão do Wi-Fi 6 torna o modelo muito mais eficiente na transferência de arquivos, prometendo velocidades até 40% mais rápidas. Em testes, tivemos resultados um pouco menores, mas ainda assim rápidos (com redução de 22% no tempo), baixando vídeos de 500 MB em até 17 segundos, vs. 22 segundos entregue na versão anterior (com Wi-Fi 5). Apesar de 5 segundos parecer pouca coisa, isso é uma grande vantagem para quem precisa acessar rapidamente os vídeos para edição ou backup.

A GoPro Hero 13 traz avanços notáveis, como o novo sistema de encaixe magnético, maior eficiência de bateria e acessórios que facilitam e melhoram a captação de imagens (novas lentes e filtros exclusivos). Além disso, o modelo também retorna com o GPS, atendendo a demanda dos usuários que reclamaram de sua retirada na Hero 12 – e que é útil especialmente para esportes que exigem dados de geolocalização.

Por outro lado, o ainda fraco desempenho em baixa luz, poucas mudanças na qualidade de imagem e preço elevado em relação à Hero 12 (até R$ 900 mais barata no preço padrão) tornam o investimento mais difícil de justificar para o usuário médio ou que já possuía câmeras mais antigas da marca. Entretanto, períodos de promoções podem fazer a aquisição fazer mais sentido, quando o valor da câmera fica próximo de R$ 2,8 mil e se aproxima do preço da versão anterior.

Se você busca uma câmera de ação de ponta e está disposto a investir, a Hero 13 é uma excelente escolha para entrar no ecossistema da GoPro (e ficar, já que os novos acessórios provavelmente seguirão em futuros lançamentos). No entanto, para quem não precisa dos novos recursos ou quer apenas um upgrade de versões anteriores, a Hero 12 continua sendo uma boa opção robusta e um pouco mais acessível.