Diferentemente de um fone de ouvido ou um mouse para computador, importar um smartphone requer uma atenção maior. Em alguns casos, o aparelho pode não funcionar ao chegar por aqui por não ser compatível com as tecnologias de rede 4G/5G do Brasil.
O idioma também pode ser um problema adicional: alguns celulares fabricados na China, por exemplo, são exclusivos para o mercado chinês e, se importados, podem vir com o sistema operacional em mandarim. E agora?
Uma dica para evitar problemas assim é buscar pela versão global do smartphone desejado (geralmente vem com a assinatura “Global Edition” no nome do produto). São versões criadas pelas fabricantes para que os celulares possam percorrer diferentes mercados de todo o mundo seguindo padrões de certificação internacional (e que são aceitas pela Anatel na maioria das vezes).
E por que é importante ser aceito pela Anatel? A Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997, art. 162) diz que eletrônicos que acessem frequências radioelétricas (como a rede celular) só podem ser vendidos legalmente no Brasil se tiverem certificação da Anatel. Dá para checar a situação do aparelho através do site da agência.
Outra barreira pode ser a falta de assistência técnica. Alguns selos sequer mantêm filiais no País, o que dificulta o atendimento em caso de problemas. Nesse caso, a dica é dar preferência para marcas que tenham presença no Brasil.
E cada empresa tem suas regras. A Xiaomi (que não traz todo o seu catálogo para cá) só garante reparos em modelos vendidos oficialmente. Já a Apple (que geralmente replica todo o portfólio para o Brasil) oferece assistência técnica em produtos comprados em lojas oficiais do exterior. O benefício pode ser retirado, porém, em caso de compra em lojas terceirizadas.
O Código de Defesa do Consumidor defende que celulares importados que foram fabricados por marcas com presença oficial por aqui estão cobertos pela lei que assegura a garantia de reparos. Algumas empresas podem alegar falta de ficha técnica, mas o consumidor pode recorrer à Justiça – porém, é importante lembrar que o aparelho deve estar de acordo com as regras da Anatel, conforme alguns parágrafos acima.
Por último, fique atento às taxas alfandegárias de importação. De nada adianta comprar um Samsung Galaxy S24 Ultra mais barato em lojas importadoras e acabar pagando mais caro que em alternativas nacionais, que já contem com os impostos embutidos.