Por que escolhi o Poco X6 Pro: celular da Xiaomi vale a pena?

Embora eu faça comparativos entre smartphones com frequência, precisei refletir antes de escolher um novo aparelho. Minhas prioridades eram claras: os travamentos constantes e o armazenamento cheio do antigo me irritavam, mas eu também valorizava a proteção da tela – o Gorilla Glass foi essencial todas as vezes em que o celular caiu.

Uma boa câmera seria um bônus, mas estava disposto a sacrificar isso pelo preço. Tecnologia contactless e áudio com codec LDAC eram ganhos interessantes, mas dispensáveis. Assim, minha escala de importância ficou definida:

• Armazenamento interno acima de 256 GB;
• Bom desempenho, com atenção especial ao processador;
• Sistema operacional atualizável até pelo menos 2026, para reduzir a obsolescência;
• Tela com Gorilla Glass ou proteção equivalente;
• Parte traseira feita de material que não fosse vidro.

Em resumo, priorizei mais espaço e resistência. O orçamento também era um fator crucial: não queria gastar mais de R$ 2,5 mil nessa troca. Parecia muita exigência para um orçamento relativamente apertado?

Pela experiência fazendo análises no Recomenda, percebi que não. Com esses critérios, selecionei algumas opções entre Samsung, Motorola e Xiaomi. Familiarizado com todas essas marcas, optei pela Xiaomi, relembrando as características do Poco X6 Pro.

Assim que o Poco X6 Pro chegou, alguns detalhes chamaram minha atenção de imediato. A traseira amarela em couro vegano foi o primeiro destaque – adeus, marcas de dedo! Com o tempo, percebi que, embora sujeita a leves manchas, era fácil de limpar. Apesar de vir com uma capinha de plástico, dispensei seu uso, pois o tom cinza chumbo reduzia a beleza do aparelho.

A tela também me impressionou. Após anos usando modelos com atualização de 60Hz, os 120Hz do Poco fizeram uma diferença perceptível – mesmo já conhecendo a tecnologia de maneira superficial.

Inicialmente, não notei grande diferença em ter um display OLED. Isso mudou ao anoitecer, quando, em um quarto escuro, percebi que as imagens tinham um contraste muito superior ao do computador ou da televisão. Assisti ao episódio escuro de Game of Thrones, o The Long Night – sim, o terceiro da oitava temporada! – e, desta vez, a experiência foi completamente diferente. Antes, parecia mais uma radionovela, pois não conseguia enxergar nada.

O selo Escolha Recomenda veio quando percebi que os avisos de pouco espaço e os travamentos eram coisa do passado. Mesmo após meses de uso intenso, não cheguei nem perto de ocupar metade do armazenamento disponível. A navegação pela internet se tornou muito mais fluida, e o desempenho foi excelente, até mesmo em jogos como Call of Duty no modo HD. Talvez seja a hora de desbloquear uma nova skin.

Como as melhores câmeras estão em smartphones topo de linha, a exemplo do Galaxy S24 Ultra e o iPhone 15 Pro Max, não me preocupei com a lente do Poco X6 Pro quando chegou. Mas a primeira selfie me surpreendeu positivamente: a supersaturação típica da Xiaomi não pareceu exagerada, e o software não forçou nitidez extra, como noto em fotos do iPhone 13.

Explorando o app nativo da câmera, achei interessante a quantidade de efeitos faciais disponíveis antes do clique. É possível mudar completamente o formato do rosto – ninguém precisa saber o tamanho real do seu nariz, por exemplo.

O recurso de foco com captura de movimento é útil para fotografar pets, evitando que se tornem borrões. Funciona com pessoas e bichos, mas não é tão eficaz para objetos como carros e bicicletas.

No modo Pro, a troca entre as lentes principal e ultrawide é intuitiva, e há um manual rápido na tela para quem não entende as configurações avançadas. É possível fotografar em .heif, o mesmo formato leve usado pelo iPhone.

Além do modo Pro, a câmera oferece opções como Documentos, Retrato, Exposição Longa, Noturno, Panorama, Câmera Lenta, Filme Curto e 64MP.

O software nativo da Galeria também foi uma surpresa agradável, com edições úteis, como correção de cor por HSL/níveis, remoção de ruído e até transformações do céu, comparável a aplicativos como o VSCO e Picsart, mas abaixo de Adobe Lightroom em organização.

Nas gravações, a estabilidade é boa, e o teleprompter embutido é um destaque, configurável em texto, tamanho da fonte e velocidade de leitura.

O Poco X6 Pro não oferece a mesma facilidade de compartilhamento de arquivos que o AirDrop do iPhone, mas conta com opções Android, incluindo o Quick Share da Samsung.

O celular já vem com uma película instalada, tão fina que às vezes parece estar sem nada, mas é suscetível a arranhões e vale a pena trocá-la após algum tempo de uso.

A bateria tem ótima duração, sempre aguentando o dia inteiro, mesmo sob uso intenso. O que realmente impressiona é a velocidade de carregamento: em pouco mais de meia hora, foi de zero a 100% – gastando até menos de tempo do que prometido pela marca.

Quanto ao áudio, embora seja uma prioridade menor para muitos, a experiência de ouvir música é significativamente melhorada com a combinação de Dolby Atmos e Bluetooth 5.4 com codec LDAC. No entanto, o dispositivo não tem entrada P2, restringindo o uso de fones ao Bluetooth ou cabo USB-C – que, apesar de oferecer melhor qualidade de som, obriga a aposentar fones mais antigos.