Durante uma semana, utilizei os dois relógios ao mesmo tempo – um em cada pulso. O que primeiro chama a atenção é o conforto. Ambas as smartbands são mais fáceis de usar do que outros smartwatches que já utilizei.
Pesando, respectivamente, 36 gramas e 28 gramas, a Galaxy Fit 3 e a Xiaomi Mi Band 9 são leves e se adaptam muito bem ao pulso, com um destaque para o modelo Samsung, que abraça melhor o formato do braço. Porém, as linhas do Galaxy Fit 3 foram as que mais se adaptaram ao meu estilo, acostumado com relógios casuais. Para quem deseja algo mais delicado, a Xiaomi Mi Band 9 pode ser uma ótima escolha, por pesar menos e ser mais estreita que o modelo Galaxy. Para mim, achei a Fit 3 mais confortável e bonita.
Se pensarmos apenas em tamanho da tela, as especificações podem confundir. Apesar de os sites dos fabricantes indicarem um tamanho bem aproximado em polegadas – 1,6″ e 1,62″, respectivamente –, o fato de o modelo Samsung ser mais largo do que a Xiaomi, mais vertical, contribui para a leitura de notificações na horizontal, sem precisar de rolagem.
Também, o visor retangular da Fit 3 é mais bonito, lembrando mais um smartwatch do que uma smartband em pílula, como faz a Mi Band. Novamente, o modelo chinês é ideal para quem precisa de uma pulseira leve e simples, enquanto a coreana oferece um design mais robusto, características que podem atender públicos diferentes.
Quanto à tela, ambas possuem um visor AMOLED, com cores vibrantes e brilho ótimo sob o sol. Na prática, tanto a luminosidade quanto a resolução de ambas não me desagradaram em nada, pois dificilmente percebi diferença entre as duas. Em números, porém, a Mi Band 9 leva a melhor resolução, com densidade de pixels (métrica equivalente à nitidez) de 326 PPI, contra 302 PPI da Fit 3. Já em luminosidade, apenas o site da Xiaomi especifica 1.200 nits de brilho. Novamente, na prática, sem diferenças aqui.
Em atividades físicas, ambos exibem as métricas padrão de uma smartband: frequência cardíaca, tempo, calorias queimadas, entre outras funcionalidades. Porém, percebi que o Fit 3 trouxe um pacote de dados bem mais completo do que da Xiaomi Mi Band 9, sem precisar abrir o aplicativo no celular.
Na corrida, por exemplo, a Mi Band trouxe informações sobre pace médio, cadência e zonas de esforço – do leve ao intenso. Na Galaxy Fit, além desses dados, a pulseira mostrou dois gráficos – esforço e pace – exibindo o desempenho não apenas em um valor médio, mas também ao longo de toda a corrida. Esse fato se repete também em outras modalidades, como academia.
Quando o assunto é aplicativo, porém, o jogo inverte. O app da Xiaomi mostra as mesmas métricas do Fit 3 e até mais. No Mi Fitness, há mais dados do que os exibidos na tela da smartband. O aplicativo da Xiaomi mostra um mapa de trajeto – que é coletado através do celular, pois nenhuma das duas smartbands possuem GPS –, além de um gráfico de cadência e largura do passo, além dos gráficos de esforço e ritmo mostrados na Fit 3.
Já a Samsung Galaxy Fit 3 apenas reproduz os mesmos dados mostrados na tela da pulseira inteligente, sem novas informações. Nesse ponto, a Xiaomi Mi Band 9 se sai melhor para registrar os dados de atividades físicas, enquanto o Fit 3 pode funcionar melhor caso você precise ver as informações “aqui e agora”.
Um ponto de atenção importante: escolher a Samsung Galaxy Fit 3 não faz sentido caso você tenha um iPhone. Como a Fit 3 é um dispositivo Galaxy, com funções que só funcionam com um celular Android – do mesmo jeito um Apple Watch só funciona com iPhone –, o modelo Samsung não funciona em celulares Apple.
Para quem tem um iPhone, vale mais seguir com a Mi Band 9, que funciona através do aplicativo Mi Fitness baixado pela App Store. Outra alternativa para usuários de iPhone é o Huawei Watch Fit 3, já testado pelo Estadão Recomenda e com funcionalidade comprovada em celulares da marca.
No fim, as duas smartbands atendem a públicos diferentes. Apesar da Xiaomi Mi Band 9 ser menos rebuscada em diversos fatores presentes na Fit 3, isso não necessariamente é uma desvantagem, já que seu tamanho reduzido é intencional para melhorar o conforto em atividades físicas.
A Galaxy Fit 3, por outro lado, é uma smartband que funciona quase como um smartwatch, entregando notificações de uma forma mais legível e com mais integrações feitas para andar de mãos dadas com o celular, assim como um relógio inteligente.
O contrário dela seria justamente a Mi Band 9, feita para quem precisa sair de casa sem o celular para praticar atividades físicas livremente, mas que também funciona no básico das integrações com o celular – só não tão bem quanto o modelo Samsung.