Os destroços do avião da Voepass que caiu na sexta-feira, 9, e deixou 62 pessoas mortas em Vinhedo, no interior de São Paulo, começaram a ser retirados na tarde deste domingo, 11, do local do acidente, o residencial Recanto Florido, na região da Capela.
A ação é realizada pelo Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, sob supervisão do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Os motores e a cauda, parte da fuselagem menos destruída na queda, foram suspensos por guindastes e colocados sobre caminhões para o transporte até São Paulo.
O material será levado para o IV Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), no Campo de Marte, na zona norte da capital paulista.
Como mostrou o Estadão, a região da Capela, onde fica o Residencial Recanto Florido, é uma área rural mais afastada do centro de Vinhedo. A queda da aeronave se deu no quintal de uma das chácaras do condomínio, localizado em uma área cercada de casas.
Até por conta dessa característica, a remoção na tarde deste domingo chamou atenção de moradores e vizinhos do condomínio. Em vídeo enviado à reportagem, um deles se mostra impressionado com o tamanho das peças do avião, do modelo ATR-72 500, içadas por um guindaste.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou que os investigadores do Cenipa têm previsão de encerrar os trabalhos da chamada “ação inicial” nesta segunda-feira, 12. Depois, a investigação avança para a fase de análise de dados. “Serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, ao ambiente operacional e aos fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros”, disse.
A Força Aérea afirmou ainda que “será de responsabilidade do explorador da aeronave providenciar e custear a higienização do local, dos bens e dos destroços de modo a evitar prejuízos à natureza, à segurança, à saúde, ou à propriedade de outrem ou da coletividade”. O avião que caiu era da Voepass, a quarta maior companhia aérea brasileira.
Moradores de condomínio vivem trauma e temem pelo futuro
Moradores do condomínio onde o avião caiu já temem pelo futuro do condomínio residencial Recanto Florido, como mostrou o Estadão. Marcado pela tragédia, o condomínio está na rota de aviões que usam o Aeroporto Internacional de Campinas, o que pode agravar o trauma dos moradores.
Duas famílias proprietárias de imóvel no local já deixaram o condomínio. Uma delas, dona da casa que foi atingida, se mudou para a casa de parentes. Outra, que é vizinha, está morando em um hotel.
“Estou há 10 anos aqui e nem eu, nem os moradores com quem conversei podíamos imaginar uma tragédia como esta justamente aqui”, disse o engenheiro Eduardo Borges, de 50 anos.
No meio da tarde deste domingo, uma família parou o carro e duas mulheres depositaram vasos de flores em frente ao portão do condomínio, com um bilhete homenageando a tripulação do avião acidentado. Os quatro tripulantes morreram no acidente, além de 58 passageiros. Veja aqui quem são as vítimas do acidente.
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