Acidente em Vinhedo: como é a operação dos bombeiros na área de destroços do avião

Equipes estão no local onde o avião da Voepess caiu com 62 pessoas para retirar ferragens e recuperar corpos; ninguém sobreviveu na queda que ocorreu nesta sexta-feira, 9

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Foto do author Hugo Henud
Foto do author Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - O Corpo de Bombeiros de São Paulo está dedicado ao complexo trabalho de retirar os corpos e as ferragens do local onde caiu o ATR 72-500 da Voepess nesta sexta-feira, 9, matando 62 pessoas. Segundo Olívia Perrone, porta-voz da corporação, a parte mais prejudicada da aeronave era onde estavam os passageiros. Até agora, 50 dos 62 corpos já foram retirados do local. A identificação será feita no Instituto Médico-Legal Central, na capital paulista, para onde já foram levados 37 corpos.

Equipes trabalham na remoção de corpos no local da tragédia, em condomínio de Vinhedo  Foto: Polícia Federal/Divulgação

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Mais de 50 profissionais, entre bombeiros e peritos, seguem mobilizados nos resgates. “Com a queda, o avião caiu de barriga do chão, então houve achatamento dessa fuselagem. O teto desceu bastante e a gente verificando ali, o avião chegou a diminuir de tamanho. É inacreditável”, afirmou Olívia.

De acordo com a porta-voz, a parte mais prejudicada do avião foi onde estavam os 58 passageiros da Voepess. Apenas o piloto, Danilo Santos Romano, de 35 anos, e copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, foram identificados por estarem na cabine, que ficou mais preservada.

“Infelizmente, no momento da queda do avião, a parte mais prejudicada foi a parte dos assentos dos passageiros até a cabine. A parte de trás do avião, que são aquelas asas traseiras, estão um pouco mais preservadas. Infelizmente, porque a gente sabe que é a parte que não possui passageiros”, afirmou Olívia.

Olívia conta que os bombeiros estão auxiliando a perícia com a retirada de ferragens e a recuperação dos corpos. O trabalho está sendo auxiliado pelos moradores do condomínio Recanto Florido, onde o avião caiu. Os populares ofereceram as casas para os militares, que utilizaram elas como postos de comando.

“Alguns moradores, a gente até gostaria de agradecer à população do condomínio, cederam as suas casas para a logística dos órgãos que aqui estão. Se teve algum tipo de prejuízo para os moradores, foi esse prejuízo de logística, de entrada e saída do condomínio, que está prejudicado pelas viaturas. Inicialmente, para montar um posto de comando e depois para conseguir ter um pouco mais de controle da situação”, afirmou a porta-voz.

Força-Tarefa

Equipes do Corpo de Bombeiros, com apoio de agentes da Polícia Técnico-Científica (SPTC), da Polícia Civil e da Defesa Civil, estão no local. A Polícia Federal (PF) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) participam da força-tarefa para a retirada dos corpos do acidente aéreo. Ao todo, 200 agentes chegaram a estar envolvidos na operação, segundo informações do porta-voz da corporação.

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As equipes de resgate passaram a noite no local da queda da aeronave e, desde sexta-feira, estão empenhadas na operação de retirada das vítimas dos destroços.

IML

O IML central, na capital paulista, segue com atendimento ininterrupto e exclusivo às vítimas do acidente aéreo. A equipe conta com 40 profissionais entre médicos e equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia.

As demais ocorrências que seriam atendidas no local estão sendo direcionadas para as unidades do IML nas zonas leste e oeste, que funcionarão 24 horas. O IML na zona norte também prestará apoio, durante o dia, para casos de clínica médica.

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