Agentes penitenciários liberam visitas em presídios neste fim de semana

Decisão foi tomada após assembleias realizadas na noite de quinta-feira, 20

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Por Chico Siqueira
Atualização:

ARAÇATUBA - O comando de greve dos agentes penitenciários de São Paulo decidiu nesta sexta-feira, 21, liberar as visitas íntimas e de parentes aos detentos, neste fim de semana, nas unidades prisionais do Estado. Os grevistas ameaçavam suspender as visitas, caso o governo não retomasse as negociações, mas mesmo assim recuaram, para não ferir a lei de greve.

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A liberação foi decidida após assembleias realizadas na noite de quinta-feira, 20, nas quais a categoria votou pela manutenção do movimento, que paralisa, segundo os sindicatos, 150 das 158 unidades prisionais existentes no Estado de São Paulo.

As visitas serão realizadas neste sábado e domingo, entre as 8 horas e 16 horas. "Decidimos manter o atendimento às visitas porque não podemos penalizar os presos. Nossa divergência é com o Governo do Estado, que teima em não negociar com a categoria, embora esteja divulgando o contrário", disse o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp), Daniel Grandolfo.

Os grevistas continuaram nesta sexta-feira com os bloqueios nas unidades prisionais e novamente a Tropa de Choque e a Força Tática da PM foram acionadas para fazer cumprir a remoção de detentos. Segundo o Sindasp, foram registradas ocorrências entre PMs e grevistas nos Centros de Detenção Provisória (CDPs) de Pinheiros e Belém, e no complexo de Campinas/Hortolândia, além de unidades em Ribeirão Preto, Franca, Jundiaí, Piracicaba e Cerqueira César.

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"Em algumas unidades, como em Pinheiros e Belém, houve confrontos, com grevistas sendo agredidos com cassetetes de borracha e spray pimenta", disse Grandolfo. Segundo ele, em parte das unidades, as viaturas com os detentos retornaram com os presos para as cadeias de origem, mas em outras, onde as viaturas entraram na área externa das unidades, a inclusão dos presos nas celas foi realizada pelo pessoal da Polícia Civil - principalmente delegados que acompanham as viaturas - e diretores de presídios, que ocupam cargos de confiança e não entraram em greve.

Isso acontece porque a orientação do sindicato é para que, quando não conseguirem impedir a entrada da tropa de choque, os agentes entreguem as chaves dos pavilhões aos diretores e deixem o presídio. "O que percebemos é que, felizmente, estão tomando cuidado para evitar que a tropa de choque entre nos raios, porque se isso acontecer, com certeza haverá rebeliões", disse Grandolfo.

Outro lado. Em nota, a SAP diz que apenas 88 unidades estão com serviços prejudicados pela greve e voltou a lembrar que os sindicatos foram notificados da liminar que os proíbe de impedir os serviços da comunidade carcerária. A nota também reafirma que o Governo do Estado mantém disposição de negociar, embora esta afirmação seja contestada pelos grevistas.

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