Alckmin nega meta de economia com multa

Governador afirma que ‘desejo’ era reduzir o desperdício de água; impacto da sobretaxa foi 44% abaixo do esperado

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Atualizada às 20h26

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SÃO PAULO - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) voltou a descartar nesta segunda-feira, 25, a possibilidade de rodízio de água e negou que houvesse uma meta de economia com a multa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “Não existe uma meta específica. O que existe é o que se deseja. O que se deseja é a redução do desperdício e o uso racional da água. E até agora foi muito bem-sucedido esse trabalho”, disse ele, durante a entrega de dois reservatórios em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. 

O Estado mostrou ontem que após quatro meses de vigência, a multa da água - que entrou em vigor no dia 8 de janeiro - teve até agora impacto sobre a redução “espontânea” do consumo na Grande São Paulo 44% menor do que a meta anunciada por Alckmin. “Com a implantação do ônus, a Sabesp espera alcançar uma economia de 2,5 m³/s (mil litros por segundo)”, informou o governo em dezembro, quando anunciou a multa. “Seria o equivalente ao abastecimento de 700 mil famílias”, disse Alckmin na ocasião.

Passados quatro meses, a economia de água entre janeiro e abril subiu 1,4 mil litros por segundo, ou seja, ainda 1,1 mil l/s abaixo da meta. Com a medida, que prevê sobretaxa de até 50% para quem elevar o consumo, a Sabesp arrecadou R$ 79,3 milhões no primeiro trimestre.

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O governador de São Paulo,Geraldo Alckmin (PSDB), entrega o Reservatório Campestre e Jacira em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão

Rodízio. Questionado se o rodízio está descartado, o governador foi cauteloso. “Acho que sim. A gente nunca pode dizer que uma coisa é absoluta”, disse. “Mas eu diria que todo o trabalho que foi feito de integração dos sete sistemas de abastecimento de água de São Paulo, mais a economia da população e mais as obras que estão ficando prontas, tudo isso, no conjunto, descarta o rodízio.”

Nesta segunda, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) confirmaram que a Sabesp terá de reduzir em 26% a retirada de água do Sistema Cantareira a partir de setembro, conforme o Estado mostrou no último sábado. Pela nova regra, o limite máximo de retirada cairá dos atuais 13,5 mil litros por segundo para 10 mil l/s. Antes da crise, a estatal captava 33 mil l/s. 

O prazo foi definido para que a Sabesp conclua a tempo a obra de transposição de 4 mil l/s da Represa Billings para o Sistema Alto Tietê, prevista para setembro após três meses de atraso. Com ela, a companhia pretende reduzir ainda mais a dependência do Cantareira. 

Por outro lado, os órgãos reguladores do manancial determinaram um aumento de 40% na liberação de água do sistema para a região de Campinas entre junho e novembro, para tentar evitar o colapso do abastecimento no interior.

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