Palmeiras x São Paulo no Allianz: quais são as ruas mais perigosas perto do estádio?

Estádio receberá grande público neste domingo para jogo do Campeonato Brasileiro; Secretaria da Segurança Pública diz que policiamento será reforçado

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A região de entorno do Allianz Parque, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, teve alta de roubo de 59,1% em junho de 2024, em comparação com o mesmo mês do ano passado, como mostra o Radar da Criminalidade, plataforma desenvolvida pelo Estadão com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo.

A maioria dos crimes é de furto de celular, o que é favorecido em grandes aglomerações. O radar computa os casos geolocalizados pela SSP e registrados em via pública e não no interior do estádio. Neste domingo, 18, a região deve ver grande circulação para o jogo ‘Palmeiras x São Paulo’, do Campeonato Brasileiro de Futebol.

O crescimento em um raio de 500 metros do entorno é superior ao do Distrito de Perdizes, que teve alta de 11,5% no mesmo período, com 359 crimes registrados, ante 322 no mesmo mês do ano passado. Também vai na contramão às regiões de outros estádios da capital, como a NeoQuímica Arena, na zona leste, e o MorumBIS, na zona sul, que tiveram queda de mais de 50% nos crimes.

Região de entorno do Allianz Parque teve alta de 59,1% nos roubos. Foto: Reprodução/Radar da Criminalidade/Estadão

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Foram 35 crimes registrados no entorno do Allianz Parque em junho, contra 22 no mesmo período de 2023. Destes 35, 23 foram de furto de celular. Os outros foram de roubo de celular (quando há violência ou grave ameaça) e furto de veículo. Confira mais abaixo as ruas com maior incidência.

A SSP afirma que o policiamento em torno do estádio será reforçado neste domingo, “assim como acontece em dias de shows e outros eventos culturais de grande porte”. “Há também o sistema de reconhecimento facial na entrada do estádio, usado pela Polícia Militar para identificar e prender foragidos da Justiça que foram até o local, como já aconteceu em outras oportunidades”, diz.

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“A Polícia Militar realiza reuniões preparatórias antes de cada jogo com representantes de órgãos públicos, torcidas e moradores. Essas reuniões resultam na elaboração de um plano de ação divulgado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) que contempla as ações de policiamento não apenas nos estádios, mas também em terminais de ônibus, estações de metrô e áreas propensas a confrontos entre torcidas.”

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana disse que a Guarda Civil Metropolitana “atua em grandes eventos no apoio aos agentes de fiscalização da Subprefeitura, além da prevenção de crimes de oportunidade” e que “na região do Allianz Parque, o efetivo empregado em dias de eventos é de 39 agentes, 10 viaturas e 9 motocicletas”.

Procurada, a assessoria de imprensa do Allianz Parque informou que colabora com a Polícia Militar para a segurança dos frequentadores do estádio nos portões e no entorno, mas disse que apenas o órgão público pode responder sobre o tema.

Em abril deste ano, jogo entre Palmeiras e Santos no Campeonato Paulista lotou ruas próximas ao Allianz Parque. Aglomerações favorecem furtos. Foto: Alex Silva/Estadão

O que explica o aumento de roubos no entorno do estádio?

Apesar de a cidade de São Paulo ter registrado queda de roubos (12,6%) e furtos (3,4%) de janeiro a junho deste ano, ante o mesmo período de 2023, há grande incidência de crimes na zona oeste, onde fica o estádio.

Perdizes, assim como a Lapa, têm visto alta de casos de crimes patrimoniais e a polícia monitora o risco de migração de bandidos da região central, onde houve redução de roubos após a instalação de câmeras de inteligência artificial e aumento da vigia policial, para a área, que é de classe média alta.

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Mas o número de crimes no entorno do Allianz Parque ainda é consideravelmente menor que em regiões de grande incidência de roubos na cidade, como a Praça da República, que apesar de ter tido queda de 63% nos crimes em junho, registrando 143 casos, sendo 81 de furto de celular.

Na Avenida Paulista, a queda foi de 25,9%, passando de 363 em junho de 2023 para 269 em junho deste ano – destes, 225 foram furto de celular. No bairro de Pinheiros, houve alta de 6,6%, com 65 registros – 31 deles, de roubo de celular.

  • A ferramenta do Radar da Criminalidade calcula o número de ocorrências em um raio de 500 metros de uma localização e tem como base o relatório mais recente divulgado pela SSP, que contabiliza boletins de ocorrência.

Na região do estádio MorumBIS, no Morumbi, zona sul da capital, houve queda de 59,3% nos crimes, com 11 registrados em junho, ante 27 no mesmo mês no ano passado. O distrito do Morumbi, que vinha de uma alta de crimes, também teve queda no mês, mas inferior, de 33,3%. O estádio tem uma base policial muito próxima, na Praça Roberto Pedroso.

No entorno do NeoQuímica Arena, em Itaquera, zona leste, também houve queda, de 51,9%. Foram registrados 13 crimes em junho deste ano, ante 27 no ano passado. O distrito onde fica, Arthur Alvim, teve alta de 4,1% em crimes no período.

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Quais as ruas mais perigosas no entorno do Allianz Parque?

De acordo com o Radar da Criminalidade, um dos pontos de maior incidência de furto e roubo no entorno do Allianz Parque são no cruzamento da Avenida Francisco Matarazzo com a Avenida Pompéia e a Rua Clélia. Foram registrados dois furtos a veículos, três furtos de celulares e dois roubos de celulares nesta região em junho.

O entorno da rotatória entre a Rua Turiassu, a Avenida Antártica, a Rua Palestra Itália, a Rua Cayowaá e a Avenida Sumaré, onde no meio fica a Praça Marrey Júnior, é outra zona de crime. Foram seis furtos de celulares registrados neste espaço no mês.

E nos dois quarteirões entre as ruas Caraíbas, Diana e Padre Chico, onde há grande quantidade de bares palmeirenses, também foram seis crimes registrados: três furtos de celulares, dois roubos de celulares e um furto a veículo.

Os dados não consideram roubos e furtos não notificados à polícia. Segundo estatísticas de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando todo o Brasil e não somente São Paulo, são feitos boletins de ocorrência em cerca de 44,8% dos casos de furto em rua.

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