Operadores de unidades da Enel de outros países foram convocados pela distribuidora para ajudar no trabalho de restabelecer a energia elétrica em São Paulo e em demais cidades da região metropolitana da capital, afetadas pelo temporal da última sexta-feira, 11.
Ao todo, 2,1 milhões de clientes foram afetados, e cerca de 400 mil ainda seguem sem luz na região metropolitana da capital, área de concessão da empresa. As cidades mais afetadas foram São Paulo, Cotia e Taboão da Serra. Dos 400 mil clientes ainda sem luz, a capital paulista responde por 283 mil, cerca de 70% do total de atingidos.
Em comunicado divulgado nesta segunda, 14, a Enel disse recebeu o reforço de outras distribuidoras - Light, Neoenergia, Elektro, EDP - e que mobilizou profissionais das unidades da empresa instaladas no Chile, Itália, Espanha e Argentina. Equipes que atuam na Enel do Rio de Janeiro e do Ceará também foram convocadas e chegaram a São Paulo no final de semana.
Os profissionais de Chile e Argentina começaram a atuar nesta segunda, e os que vieram de Espanha e Itália, trabalham a partir desta terça. A quantidade de reforços internacionais não foi informada pela Enel.
Para resolver os danos causados à rede de baixa tensão será necessária a troca de postes e “quilômetros de cabos”, diz a empresa, que afirma que vai restabelecer a energia para todos em três dias (veja mais abaixo). Até o momento, a Prefeitura de São Paulo registrou 386 ocorrências de quedas de árvores. “Destas, 75 aguardam a atuação da concessionária para que as equipes municipais iniciem o trabalho”, disse a gestão municipal na noite desta segunda.
A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, informou que algumas regiões continuam prejudicadas pela falta de água, cujo abastecimento também foi afetado pelo temporal. A falta de energia interrompeu o funcionamento de estações elevatórias e boosters (equipamentos que transportam a água para locais mais altos).
Até a noite desta segunda, o abastecimento segue em recuperação nas seguintes regiões da capital: partes de Capão Redondo e Pirajussara, além de Jardim Antártica, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz. Em Cotia, Santo André e Mauá, bairros também ainda estão com a distribuição de água comprometidas.
Com o reforço, a quantidade de funcionários da Enel em campo, atuando para o retorno da energia elétrica, é de 2,9 mil técnicos, segundo a concessionária. “Para atender casos críticos, a Enel disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares, por exemplo”, informou a empresa.
A Enel afirma também que investe cerca de R$ 6,2 bilhões em São Paulo de 2024 a 2026, e que, dentro do plano de investimento estão modernizar as redes, ampliar a capacidade dos canais de comunicação com os clientes e contratar mais funcionários próprios para atuar em campo.
Enel afirma que vai restabelecer energia em três dias
A Enel também informou nesta segunda-feira que entrou em um acordo com a Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, e afirma que vai restabelecer, dentro de três dias, a energia elétrica para “todos os clientes” afetados pelas chuvas da última sexta.
O período é o mesmo determinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para a concessionária sanar a falta de luz que atinge ainda cerca de 400 mil pessoas na capital e na Grande SP. “Em acordo feito com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a empresa cumprirá o prazo de três dias para restabelecer totalmente o fornecimento de energia a todos os clientes”, disse a Enel, em nota.
Apesar das cobranças de Prefeitura de São Paulo, governo paulista via Procon-SP, e governo federal, a empresa não informava um prazo para o retorno completo das operações até esta segunda.
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