O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou na tarde desta quarta-feira, 16, que a gestão municipal quer monitorar a movimentação de caminhões nos portões das garagens da Enel, concessionária que fornece energia elétrica para a capital paulista e a região metropolitana.
A Prefeitura informou que, conforme balanço das 14h30 desta quarta, 49 mil consumidores seguem sem energia elétrica na capital paulista.
Para os próximos dias, a previsão é de que novos temporais atinjam a cidade, alertou a Defesa Civil. Nunes afirmou que quantidade das chuvas não deve se equivaler ao que foi observado na última sexta-feira, 11, mas reconheceu que o cenário demanda atenção para reparar os danos já causados e evitar novos problemas.
“São cinco garagens da Enel aqui. Nós vamos colocar as câmeras do Smart Sampa na porta das garagens”, disse o prefeito, em coletiva realizada no centro de São Paulo.
Atualmente, o programa de câmeras tem ao menos 17 mil equipamentos espalhados pela capital, todos com reconhecimento facial e de placas – a meta é chegar a 20 mil até o fim do ano.
O foco principal da iniciativa é em incrementar a segurança pública: as câmeras emitem alertas ao identificar placas de carros roubados, invasão de prédio público ou reconhecimento facial de desaparecidos e procurados pela Justiça.
Por conta dos danos causados nos últimos dias, porém, o prefeito falou que a ideia é também usar o Smart Sampa para fazer acompanhamento em tempo integral da movimentação das equipes da Enel pela cidade. Ele não esclareceu se a concessionária já foi informada sobre isso.
“Quando coloco uma câmera do Smart Sampa, vou ter toda a informação de todo o veículo, que entra e sai, para nós aqui do Smart Sampa identificarmos todo o trajeto desses caminhões”, afirmou Nunes.
O prefeito afirmou que prevê remanejar agentes para acompanhar 24 horas os veículos da Enel. “Eles falam que tem uma quantidade de operadores, a gente sabe que isso não procede, mas para poder ter transparência maior (vamos fazer esse monitoramento)”, acrescentou.
Questionado sobre uma possível insegurança jurídica gerada pela medida e se a ação não abre precedentes para o monitoramento indevido, inclusive de outras empresas, o prefeito minimizou. “Eu vou fazer. Se eles quiserem, derrubem na Justiça”, disse.
Plano para próximos dias
Para os próximos dias, Nunes afirmou que, ao menos até esta quarta, não há confirmação de que o cenário será tão adverso quanto o do último fim de semana, quando cerca de 2,1 milhões de endereços chegaram a ficar sem luz na Grande São Paulo.
“Não temos, neste momento, ainda confirmação pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência da Prefeitura) de que terá, como foi colocado por algumas pessoas, a quantidade de chuva e de ventos (do registrado anteriormente) para sexta e sábado”, disse.
Ainda assim, o prefeito afirmou que a gestão municipal organizou um plano de contingência para os próximos dias, inclusive com suspensão de férias de funcionários da Defesa Civil.
“As 300 pessoas da Defesa Civil, aqueles que tinham folga e férias, isso foi suspenso. Estão todos de plantão na sexta e no sábado”, afirmou o prefeito.
Nunes afirmou também que um efetivo de 2 mil profissionais, entre equipes de poda e zeladoria, vai se manter ativo na sexta e no sábado.
“Se houver novamente uma situação de problema com a Enel, dos semáforos, também fizemos a locação de 100 geradores”, disse Nunes.
O prefeito afirmou que trata-se de um incremento, uma vez que a gestão municipal já tem equipamentos do tipo para atender prédios da área da saúde. “Se precisar usar, vamos entrar com ação para que tenha ressarcimento da Enel.”
Sobre os reparos que vêm sendo feitos ao longo dos últimos dias, a Prefeitura afirmou que os semáforos, cujo funcionamento ficou intermitente por causa do apagão, foram estabilizados.
Conforme o prefeito, há ainda nove escolas funcionando por meio de geradores, ante 75 nesta terça-feira, 15. Além disso, quatro UBS também estão recebendo energia dos aparelhos, ante 20 na véspera.
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