SÃO PAULO - O secretário de Segurança Pública de São Paulo em exercício, coronel Álvaro Batista Camilo, disse à Rádio Eldorado nesta terça-feira, 31, que é necessária mais integração entre a força de segurança estadual e os bancos federais para evitar ações criminosas como a que aconteceu em Araçatuba no dia anterior, em que terminou com três mortos e três agências atacadas. O Estado não tinha conhecimento do elevado volume financeiro presente no local, segundo ele, dado que as informações sobre o local eram administradas pelas instituições financeiras em âmbito federal.
“A informação estava reservada dentro do banco. Se soubéssemos que o risco era grande, poderíamos ter aumentado o efetivo na cidade. Poderia haver um contato maior”, admitiu. Uma das agências invadidas funciona como uma tesouraria regional, por isso, guardava um montante expressivo. A Polícia Federal também vai investigar o caso.
A investigação, segundo o secretário, acontece de forma integrada entre as três polícias — civil, militar e federal —, incluindo unidades de outros Estados. Conforme as ações criminosas evoluem, afirmou, a dinâmica de operações da PM também se altera. Uma característica que chamou a atenção no assalto em Araçatuba foi o uso de drones, pelos bandidos, para monitorar a aproximação da polícia. “Eles usaram drones. Nós temos que fazer frente e usar os nossos próprios drones também”, disse.
Esse tipo de crime - com planejamento e tecnologias sofisticados, com foco em cidades do interior - tem sido chamado por parte dos especialistas de "novo cangaço'. Camilo afirmou que não é incomum que a inteligência desmonte ações criminosas planejadas para instituições financeiras no Estado de São Paulo, mas ter acesso a informações é parte importante do processo. "Temos que trabalhar na causa, entender por que aconteceu e evitar que aconteça de novo".
Em Araçatuba, a quadrilha empregou diferentes estratégias para proteger os bandidos da ação da polícia — desde ‘escudos humanos’ nas ruas, com reféns em cima de veículos, até o uso de drones para monitorar o roubo. A quadrilha espalhou explosivos pelas ruas e incendiou veículos em locais estratégicos para dificultar o acesso à cidade. Um suspeito foi morto e dois foram detidos.
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