Artista planta cacto com torneiras em represa do Cantareira

Segundo autor da intervenção, arte é um meio de aproximar questão hídrica das pessoas e mostrar o problema sob novo ponto de vista

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SÃO PAULO - Um cacto com várias torneiras coloridas penduradas chama a atenção em meio ao chão rachado da represa Atibainha, que compõe o Sistema Cantareira. "Procurei por quilômetros e não achei o volume morto", critica o ativista e grafiteiro Mundano, autor da intervenção Deserto do Cantareira.

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Mundano plantou o cacto no solo da represa nesta terça-feira, 2. A ideia de mostrar o cenário da seca surgiu quando ele visitou pela primeira vez a região do Sistema e publicou um vídeo do chão seco. Segundo ele, já é o terceiro cacto que planta no Cantareira.

Para Mundano, a arte é uma forma de aproximar as pessoas da questão hídrica e mostrar o problema sob um ponto de vista diferente, que vai além dos dados técnicos. "A situação é chocante. Muita gente tem vontade de passar lá para ver o que acontece", diz.

Reservatórios. Pelo segundo dia consecutivo, todos os principais reservatórios que atendem a capital e Grande São Paulo sofreram queda no volume armazenado de água, segundo aponta relatório da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Nenhum milímetro de chuva foi registrado nas regiões de todos os mananciais nas últimas 24 horas.

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O principal deles, o Sistema Cantareira, responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, perdeu 0,1 ponto porcentual da sua capacidade, que caiu de 8,5% para 8,4% nesta quarta-feira, 3, já considerando os 105 bilhões de litros da segunda cota do volume morto. O reservatório chegou ao 19º dia seguido de perda de água. Nos primeiros dias de dezembro, choveu apenas 1,4 milímetro sobre o Cantareira, que representa apenas 0,6% da média histórica do mês, de 220,9 milímetros.

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