O modelo de avião que se acidentou em Ubatuba nesta quinta-feira, 9, pousou em uma pista operacional com quase 300 metros de extensão a menos do que o indicado para locais molhados, de acordo com o manual da aeronave. O piloto morreu, enquanto os quatro passageiros foram hospitalizados.
De acordo com o documento, a faixa de pouso operacional deve ter ao menos 838 metros de extensão quando o local está molhado. A parte operacional da pista utilizada pelo piloto apresenta, contudo, apenas 560 metros de extensão.
Na manhã desta quinta, ao pousar, o avião extravasou a pista, passando pelo alambrado. Chegou, então, até a beira da praia, onde explodiu.
Segundo o especialista em aviação, Lito Sousa, o tamanho da faixa de pouso e as condições meteorológicas podem ter influenciado no acidente. “É uma pista muito curta”, disse em entrevista ao Estadão.
As indicações mencionadas são apontadas para os casos em que a aeronave está com pouco peso. A depender do peso, a recomendação pode chegar a até 1.097 metros de extensão, em caso de pista molhada.
A aeronave envolvida no acidente é do modelo Cessna Citation 525 CJ1. A pista do aeroporto de Ubatuba tem duas cabeceiras, em sentidos opostos.
O pouso do avião que se acidentou ocorreu na pista operacional mais curta (a chamada “cabeceira 09″), que está no sentido litoral. Essa faixa tem um recuo de 380 metros, pela proximidade com a Serra do Mar, de modo que apenas 560 metros dos 940 metros são operacionais.
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) destacou que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realiza o trabalho de investigação. O Ministério Público de São Paulo também apura a ocorrência.
Também destacou que o aeroporto está em condição regular. Além disso, sobre uma possível ampliação, apontou que uma decisão nesse sentido deve ser discutida entre o Governo do Estado e a concessionária do espaço, a Rede Voa.
Já a concessionária salientou que o aeroporto é homologado para “voos em condições visuais de meteorologia”. “O aeroporto não conta com controle de tráfego aéreo por conta do baixo movimento, cerca de 5 mil movimentações por ano”, completou.