Avião que explodiu em Ubatuba vinha de Goiás; concessionária cita chuva e pista molhada

Uma pessoa morreu (piloto) e outras cinco ficaram feridas, incluindo quatro passageiros da aeronave, conforme Corpo de Bombeiros; causas do acidente são investigadas

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Foto do author Ítalo Lo Re
Foto do author Renata Okumura
Atualização:

O avião de pequeno porte que caiu nesta quinta-feira, 9, na orla da Praia do Cruzeiro, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, vinha do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás (SWME). A aeronave, de prefixo PR-GFS e modelo Cessna Citation 525 CJ1, pertence à família do produtor rural Nelvo Fries, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Uma pessoa morreu (piloto) e outras cinco ficaram feridas. No interior da aeronave, seriam quatro passageiros de uma mesma família: pai, mãe e dois filhos (um menino e uma menina). “Eles foram socorridos e, aparentemente, (estão) estabilizados, conscientes e orientados”, disse a capitã Karoline Magalhães, do Corpo de Bombeiros, em entrevista à GloboNews.

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Já a outra vítima estava em uma praça próxima ao local onde o avião explodiu. Todas foram encaminhadas para a Santa Casa de Ubatuba. Ainda não se sabe a identidade delas.

O avião sofreu o acidente após tentar pousar em Ubatuba no fim da manhã. A Rede Voa, concessionária que administra o aeroporto da cidade litorânea, afirmou que a aeronave ultrapassou a pista, atravessou o alambrado e a cabeceira 09. “As condições meteorológicas eram degradadas, com chuva e pista molhada”, disse a Rede Voa, em nota enviada à reportagem. As causas do acidente são investigadas.

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Avião de pequeno porte que caiu nesta quinta-feira, 9, na orla da Praia do Cruzeiro, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, vinha do Aeroporto Municipal de Mineiros, em Goiás Foto: WENDELL MARQUES/AFP

Conforme a Força Aérea Brasileira (FAB), investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), braço regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados para realizar a ação inicial da ocorrência.

A FAB afirmou que serão utilizadas técnicas específicas, “conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação”.

Vídeo obtido pelo Estadão por meio da Polícia Militar mostra o momento em que o avião de pequeno porte ultrapassa a pista do aeroporto de Ubatuba e explode na orla da praia do Cruzeiro, próximo a uma pista de skate. Ao explodir, uma nuvem de fumaça tomou conta do céu.

O Corpo de Bombeiros não considera o acidente como uma queda, e sim como uma “excursão de pista”, quando a aeronave sai da pista na hora do pouso ou da decolagem. Com a situação controlada, o processo de remoção do avião pelos órgãos responsáveis estava previsto para começar ainda nesta quinta.

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A Defesa Civil, a Guarda Civil Municipal, a Secretaria da Segurança Pública, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados para prestar atendimento no local.

A aeronave estava em situação regular, com operação negada apenas para táxi aéreo, segundo sistema da Anac. Fabricado em 2008, o avião possuía capacidade de carregar até 4,8 mil quilos e para transportar até sete passageiros, além de um piloto. Nesta quinta, eram cinco pessoas à bordo, número abaixo da capacidade máxima suportada.

Ainda de acordo com a capitã Karoline Magalhães, o piloto estava preso nas ferragens quando as equipes do Corpo de Bombeiros chegaram para atender à ocorrência. Ele chegou a ser retirado – estava em parada cardiorrespiratória –, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo informações da instituição, enviadas ao Estadão por meio da prefeitura de Ubatuba, há cinco vítimas do acidente no hospital, sendo três adultos e duas crianças. A Santa Casa informou que um adulto está em estado grave e uma criança sob monitoramento, em situação “potencialmente grave”.

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