Um avião com 58 passageiros e quatro tripulantes que saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, caiu na sexta-feira, 9, em Vinhedo, interior de São Paulo. Não houve sobreviventes. É o acidente aéreo em solo brasileiro com mais vítimas desde 2007, quando uma tragédia com uma aeronave da TAM deixou 199 mortos.
A companhia aérea Voepass (antiga Passaredo) incluiu neste sábado, 10, o nome de uma 58ª vítima, que estava fora da lista oficial por uma questão técnica “referente às validações de check-in, validação do boarding e contagem de passageiros embarcados”.
A causa ainda será investigada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). As duas caixas-pretas do avião foram encontradas e o piloto não havia comunicado emergência aos órgãos de controle, conforme a FAB.
A Voepass diz que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.
Especialistas acreditam que as condições climáticas podem ter contribuído para o desastre. Imagens da mostram a aeronave cair em giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” no meio da aviação. Esse é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”. A perda de sustentação pode estar associada à formação de gelo nas asas da aeronave.
A identificação dos mortos será feita no Instituto Médico-Legal (IML) Central, na capital paulista. Todos os corpos já foram retirados da aeronave, em um trabalho que se estendeu desde a sexta-feira até o fim da tarde de sábado, 10.
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Entre as vítimas, havia médicos que viajavam para um congresso de oncologia em São Paulo, empresários do Nordeste que voltavam de um evento de construção civil no Paraná, professores de uma universidades pública local, um funcionário público que iria celebrar o Dia dos Pais junto da filha de três anos, uma influenciadora digital do fisiculturismo, uma família venezuelana, dentre outras histórias.
“É trágico”, disse o motorista Ivair Pontes, que perdeu a irmã, Maria Valdete, e o cunhado, Renato Bartnik. O casal, de Cascavel, tinha como parada final o Rio de Janeiro, onde visitariam um irmão de Renato, que está doente. “Infelizmente não tiveram a sorte de chegar ao destino.”
Alguns escaparam por pouco. Adriano Assis iria embarcar, mas errou o guichê. Emocionado, ele se comunicou com a filha ainda do Aeroporto de Cascavel na tarde dessa sexta para dizer que estava bem. “Perdi o voo. Papai te ama”, disse a ela, pelo telefone.
Conheça as histórias das vítimas:
- Debora Soper Avila, de 28 anos, era comissária de bordo e nascida em Porto Alegre
- Rubia Silva de Lima, de 41 anos, comissária de bordo de Ribeirão Preto, que trabalhava na Voepass desde 2010
- Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, era o copiloto e tinha mais de 5 mil horas de voo
- Danilo Santos Romano, de 35 anos, era piloto há dez anos
- Rosangela Souza era representante comercial em São Paulo
- Eliane Andrade Freire, farmacêutica que iria visitar a família
- Luciani Cavalcanti era representante comercial em São Paulo
- Jose Fer (José Roberto Leonel Ferreira), professor aposentado de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
- Denilda Acordi, moradora de Três Barras do Paraná, havia completado 71 anos dois dias antes
- Maria Auxiliadora Vaz de Arruda, professora aposentada, era conhecida como ‘Tia Dora’ em Guaratinguetá
- Jose Cloves Arruda, aposentado e marido de Auxiliadora; a filha do casal dá aulas no Paraná
- Nelvio Jose Hubner era procurador municipal em Toledo (PR) e viajava com a mulher, Gracinda
- Gracinda Marina Castelo da Silva era professora com dupla nacionalidade (portuguesa e brasileira), era casada com Hubner
- Ronaldo Cavaliere era representante comercial em Alagoas
- Silvia Cristina Osaki, veterinária e professora da UFPR, atuou no resgate de animais no RS
- Wlisses Oliveira, empresário de Fortaleza, atuava na área de construção civil
- Hialescapine Fodra, marido da fisiculturista Daniela Schulz
- Daniela Schulz Fodra, fisiculturista e influenciadora digital
- Regiclaudio Freitas, dono de uma loja de material de construção em Limoeiro do Norte (CE)
- Simone Mirian Rizental se aposentou como pedagoga na rede estadual do Paraná em 2020
- Josgleidys Gonzalez era venezuelana e viajava com a mãe Maria e o filho Joslan
- Maria Parra era venezuelana e viajava com a filha Josgleidys e o neto Joslan
- Joslan Perez viajava com a avó Maria e a mãe Josgleidys
- Mauro Bedin trabalhava na Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) há 33 anos e iria para a Bahia com a namorada Rosângela
- Rosângela Maria de Oliveira, cabeleireira e manicure, iria para a Bahia com o namorado Mario Bedin
- Antonio Deoclides Zini Junior, bicampeão paranaense de futsal e diretor de operações em empresa de transportes
- Kharine Gavlik Pessoa Zini, fisioterapeuta e mulher de Antonio Deoclides
- Mauro Sguarizi atuava como DJ
- Leonardo Henrique da Silva, aluno do 6º período de Educação Física do Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz, de Cascavel
- Maria Valdete Bartnik estava com o marido e iria visitar o cunhado no Rio de Janeiro
- Renato Bartnik estava com a mulher e iria visitar o irmão no Rio de Janeiro
- Hadassa Maria da Silva, consultora tributária em uma firma de gestão empresarial de Cascavel, cursava pós-graduação em Direito Tributário na Fundação Getulio Vargas
- Raphael Bohne, empresário da área de construção em Fortaleza
- Renato Lima era consultor de negócios do Grupo Trigo
- Rafael Alves
- Lucas Felipe Costa Camargo
- Adrielle Costa
- Laiana Vasatta, advogada da área de Direito do Consumidor, com foco em passageiros de voos
- Ana Caroline Redivo, nutricionista e supervisora comercial, viajava para Nova York para celebrar o aniversário de 31 anos
- Jose Carlos Copetti, gerente de logística da Mantiqueira Brasil, pós-graduado em engenharia de produção
- Andre Michel
- Sarah Sella Langer, médica pediatra do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) e pesquisadora, iria para um congresso de oncologia em São Paulo
- Edilson Hobold era árbitro internacional de judô e professor do curso de Educação Física da Unioeste
- Rafael Fernando dos Santos, servidor do Ministério Público de Santa Catarina
- Liz Ibba dos Santos tinha 3 anos, era filha de Rafael Fernando dos Santos
- Paulo Alves
- Pedro Gusson do Nascimento era colaborador do Grupo GhelPlus, empresa do ramo de materiais de construção
- Rosana Santos Xavier
- Thiago Almeida Paula voltava de um evento da área de materiais de construção; era cearense e vivia em Mossoró (RN)
- Adriana Santos, de 56 anos, ia para Maceió em busca do sonho de ter o próprio cartório
- Deonir Secco, professor do curso de Engenharia Agrícola da Unioeste, faria sua 1ª viagem à Europa
- Alipio Santos Neto trabalhava há 16 anos na mesma empresa
- Raquel Ribeiro Moreira, professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Unioeste
- Adriano Daluca Bueno, professor do Colégio Estadual Dario Vellozo, de Toledo
- Miguel Arcanjo Rodrigues Junior
- Diogo Boeira Ávila, bacharel em administração de empresas e gerente distrital de vendas
- Luciano Trindade Alves, colorista automotivo na Sherwin-Williams de São Bernardo do Campo
- Isabella Santana Pozzuoli, de 30 anos, era formada em educação física
- Tiago Azevedo era engenheiro de formação e trabalhava com vendas
- Mariana Belim, residente de oncologia clínica em Cascavel, iria para um congresso médico em São Paulo
- Arianne Risso, residente de oncologia clínica em Cascavel, iria para um congresso médico em São Paulo
- Constantino Thé Maia, natural do Rio Grande do Norte, atuava como representante comercial
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