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Bar famoso no centro de SP é atacado com pedradas; veja vídeo

Confusão no Bar Brahma começou após suspeito de tentar furtar cliente em frente ao estabelecimento ser agredido, segundo a Secretaria da Segurança Pública

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Foto do author Ítalo Lo Re
Atualização:

Localizado no cruzamento entre as avenidas Ipiranga e São João, uma das esquinas mais famosas do centro de São Paulo, o Bar Brahma foi alvo de um ataque a pedradas na tarde deste domingo, 3, como mostram vídeos feitos por moradores da região. Um carro estacionado na frente do estabelecimento também foi depredado.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a confusão começou após um suspeito de tentar furtar um cliente em frente ao estabelecimento ser agredido por frequentadores da região. O apedrejamento, ainda segundo a pasta, teria se dado em resposta a isso. Ao Estadão, o bar afirmou que não houve registro de feridos.

Bar Brahma, na República, centro de São Paulo, foi alvo de apedrejamento. Foto: Werther Santana/Estadão (j01/2020)

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Vídeos gravados por testemunhas mostram que ao menos dez pessoas participaram da confusão, a maioria homens. Alguns deles atiram pedras contra o bar, enquanto um dos envolvidos chega a usar o banco de uma bicicleta para quebrar o vidro de um carro estacionado na frente do local.

Em resposta, funcionários do bar também atiram objetos contra o grupo. A confusão ocorreu por volta de 17h. O Bar Brahma fica localizado na região da República, bem na esquina entre as avenidas Ipiranga e São João, endereço que foi retratado na música Sampa, de Caetano Veloso.

‘Infelizmente, não é uma situação nova na região’

Com o ataque, alguns comerciantes da região chegaram a fechar as portas por até uma hora por precaução. “Infelizmente, não é uma situação nova na região do centro, mas o que chama a atenção é ser um endereço mais conhecido”, diz Cândido Prunes, presidente do Conseg São Paulo Centro.

“São invasões constantes na Santa Ifigênia, furtos na República, gangues que assaltam motoristas de automóveis na Avenida Rio Branco”, exemplica. Segundo ele, a situação piorou após o que ele chama de “transbordamento” da Cracolândia, que se tornou itinerante desde o ano passado.

“Hoje o problema não está mais limitado a uma região. Existe o fluxo, que é o núcleo de pessoas que consomem droga ao ar livre, mas há também, em torno desse fluxo, uma quantidade enorme de criminosas, pessoas que praticam delitos e aproveitam dessa desordem urbana”, afirma Prunes.

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A Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota enviada à reportagem, que policiais civis do 3° Distrito Policial (Campos Elíseos) foram até o local nesta segunda-feira, 4, para solicitar as imagens de segurança do momento do ataque e orientar os proprietários a fazerem o registro da ocorrência.

Bar diz que se mantém ‘mais vivo do que nunca’

Em nota, o Bar Brahma afirmou que “se mantém mais vivo do que nunca, combatendo desilusão com esperança e cultura”. “Resistência também depende de as pessoas ocuparem os espaços da cidade”, disse. Segundo a assessoria do estabelecimento, foi registrado um boletim de ocorrência sobre o caso. Não houve relato de feridos.

Em abril deste ano, usuários de drogas invadiram e saquearam uma drogaria e um mercado na Avenida São João, em endereços próximos ao Bar Brahma. Em julho, foram feitos ataques direcionados contra um ônibus, uma viatura, um caminhão de lixo, além de outros carros, na Praça Júlio Mesquita, também nos arredores dali.

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Dados da Secretaria da Segurança Pública apontam que, de janeiro a outubro deste ano, 9.564 furtos foram registrados pelo 3º DP, alta de 8% na comparação com os 8.848 casos registrados no mesmo período do ano passado. Já os roubos apresentaram queda de 6,2%: foram de 5.477 para 5.839 nos mesmos recortes.

Conforme a secretaria, o contingente policial na região central foi reforçado pela Operação Impacto-Centro, com 120 policiais a mais diariamente, além de mais de 1,5 mil vagas pela Atividade Delegada. “Na área da 1ª Delegacia Seccional (Centro), de janeiro até outubro deste ano, 5.455 infratores foram presos ou apreendidos, número 28,3% maior do que no ano passado”.

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