A mulher da 'casa abandonada' em Higienópolis; entenda o caso

Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel de Margarida Bonetti, herdeira de uma família rica de São Paulo

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Por Redação
Atualização:

O cumprimento de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Civil nesta quarta-feira, 20, chamou ainda mais a atenção para a história de uma mulher em uma casa abandonada de Higienópolis, região central de São Paulo. Margarida Bonetti é herdeira de uma família rica e, segundo o podcast do jornal Folha de S. Paulo, foi acusada de manter uma empregada doméstica em trabalho análogo à escravidão por 20 anos, quando morava nos Estados Unidos. 

Margarida Bonetti (casaco preto), a mulher da casa abandonada, acompanha policiais civis, profissionais da vigilancia sanitária e da saúde durante cumprimento de mandado de busca e apreensao em sua residencia, no bairro de higienopolis, em Sao Paulo Foto: Marcelo Chello / Estadão

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Entenda os principais pontos da história:

Quem é Margarida Bonetti

Margarida Bonetti tem 63 anos, é herdeira de uma família rica de São Paulo e foi casada com o engenheiro Renê Bonetti. Quando morava nos Estados Unidos, por volta do ano 2000, ela e o marido foram acusados de agressão contra a ex-empregada doméstica e de mantê-la em condições de trabalho análogas à escravidão. Margarida chegou a estar na lista de procurados pela polícia federal de investigação americana (FBI), segundo o podcast. 

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Renê Bonetti foi julgado, condenado e preso nos Estados Unidos. Depois de cumprir a pena, o engenheiro foi solto e, também de acordo com o podcast, trabalha como diretor na empresa Northrop Grumman Innovation Systems, nos Estados Unidos. Margarida não chegou a ser presa e voltou ao Brasil à época do julgamento, também conforme a apuração da Folha

Policiaiscumpriram mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira, 20, na residência de Margarida Bonetti. Foto: Marcelo Chello/Estadão

Como a vida de Margarida começou a chamar a atenção

O interesse do público pela história surgiu após a publicação do podcast, do jornalista Chico Felitti. A investigação da polícia começou depois que vizinhos alertaram diversas delegacias de que uma pessoa com indícios de problemas de saúde mental precisava de ajuda naquela residência. Vizinhos reclamam de fortes odores no local. Representantes de uma ONG de proteção animal, incluindo a ativista Luísa Mell, resgataram dois cães na casa no início de junho. 

Objetivo foi averiguar possível abandono de incapaz de moradora e outras denúncias de irregularidades na residência; um cachorro foi resgatado Foto:

O que a polícia encontrou na casa

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Dezenas de pessoas se aglomeraram na frente da residência para acompanhar a incursão da polícia. O imóvel teve de ser isolado pelos agentes. Uma das primeiras a entrar na casa na ação desta quarta, a delegada de Polícia Assistente da 1ª Delegacia Seccional Centro Vanesa Guimarães explicou ao Estadão que a mulher foi “muito resistente” com os policiais e não queria deixar que o mandado fosse cumprido. “Ela começou a argumentar que não ia abrir e começou a falar frases desconexas”. Policiais relataram um cheiro insuportável. A mesma ONG de proteção animal resgatou mais um cachorro com indícios de maus-tratos na operação desta quarta-feira.

Os policiais averiguaram outros cômodos, mas não encontraram irregularidades aparentes. Havia relatos de que a moradora mantinha gatos de estimação em condições insalubres, e de que a moradora desviaria energia elétrica de prédios vizinhos, fazendo um "gato". No entanto, nenhuma dessas denúncias se concretizou. Margarida Bonnetti passou por avaliação médica, mas o resultado do laudo ainda não foi divulgado. Ela afirmou que não quer deixar o local.

Imagens internas decasa nos arredores da Praça Vilaboim, em Higienópolis; polícia cumpriu mandado no local Foto: Polícia Civil

O que aconteceu com a empregada doméstica?

De acordo com o podcast, a vítima do casal Bonetti, que prefere não ser identificada, tem 85 anos e ainda mora nos Estados Unidos. Ela está bem de saúde e vive de uma indenização que recebeu de Renê após a conclusão do processo. O Estadão tentou contato com Margarida Bonetti, mas ainda não teve resposta. 

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