Com 43 assassinatos, a cidade de São Paulo teve aumento de 19,4% nos homicídios registrados em fevereiro deste ano ante o mesmo mês do ano passado (36), segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 25, pela Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP).
Os furtos também cresceram: foram de 19,8 mil para 20,2 mil no mesmo período. Em contrapartida, houve queda de roubos (de 11,1 mil para 10 mil) e de estupros (de 263 para 220).
Fevereiro marca também o início da 3ª fase da Operação Verão na Baixada Santista, que foi deflagrada logo após a morte de um policial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) e já resultou em ao menos 47 mortes. Os dados desta segunda, porém, não incluem os óbitos decorrentes de intervenção policial.
Além disso, tradicionalmente o mês de fevereiro é marcado pelas festividades do carnaval, que costumam contar com mais pessoas nas ruas. O policiamento costuma ser reforçado nesta época, principalmente para combater os chamados crimes patrimoniais, como roubo e furto.
Capital paulista
No caso da cidade de São Paulo, além do aumento de homicídios, houve queda expressiva nos registros de estupro:
- Homicídios (19,4%): de 36, em fevereiro de 2023, para 43, no mês passado
- Roubos (-9,8%): de 11,1 mil para 10 mil
- Furtos (1,62): de 19,8 mil para 20,2 mil
- Estupros (-16,4%): de 263 para 220
Estado de São Paulo
Quando se leva em conta o recorte estadual, entre os quatro índices citados acima, houve aumento apenas nos casos de furto: foram 45 mil registros em fevereiro deste ano, ante 44 mil no mesmo período do ano passado.
Ao mesmo tempo, o Estado registrou o menor número de roubos em fevereiro na história, segundo dados da secretaria:
- Homicídios (-6,7%): de 240, em fevereiro de 2023, para 224, no mês passado
- Roubos (-10,7%): de 18,4 mil para 16,4 mil
- Furtos (2,4%): de 44 mil para 45 mil
- Estupros (-10,4): de 1,1 mi para 995
Apesar da queda de crimes patrimoniais, um dos principais desafios da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) é melhorar a sensação de insegurança da população, assustada com frequentes relatos de assaltos - incluindo em bairros nobres da capital, como Morumbi e Itaim Bibi - e a onda de ladrões de celulares, que agem sob diversas estratégias, como gangues de bicicletas e as que quebram vidros de carros para levar aparelhos.
Baixada Santista
Conforme os dados divulgados nesta segunda, nos municípios que compõem a Baixada Santista, apenas os estupros apresentaram alta: de 56 para 67. Homicídios, roubos e furtos caíram na região:
- Homicídios (-20%): de 15, em fevereiro de 2023, para 12, no mês passado
- Roubos (-17,4%): de 1.032 para 852
- Furtos (-3%): de 2.605 para 2.526
- Estupros (19,6%): de 56 para 67
No caso da Baixada Santista, a Secretaria da Segurança Pública destacou, em nota, que os roubos também atingiram em fevereiro o menor número da série histórica (que começou em 2001) para o mês na região.
A 3ª fase da Operação Verão foi desencadeada no dia 7 de fevereiro pela Polícia Militar na Baixada Santista após a morte de um policial da Rota. Alvo de denúncias, a incursão já resultou em ao menos 47 mortes. O governo estadual tem negado irregularidades e afirmado apurar as ocorrências.
Em nota recente enviada à reportagem, a secretaria afirmou que todas as mortes em confronto são investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento da respectiva corregedoria, Ministério Público e Poder Judiciário.
Segundo a pasta, a ação ostensiva da PM e o trabalho investigativo da Polícia Civil conseguiram tirar de circulação 612 quilos de drogas só no mês de fevereiro em toda a Baixada Santista. Do volume total apreendido, 372 quilos foram de cocaína, o que representa impacto financeiro para as organizações criminosas, ressalta o governo.
Como o Estadão mostrou, a Baixada tem sido cada vez mais afetada pela criminalidade ligada ao Porto de Santos, um dos principais locais de escoamento de drogas para o exterior usados pelo Primeiro Comando da Capita, (PCC).
Para driblar as autoridades, a facção tem usado até mergulhadores para esconder cocaína nos cascos de navios e usar a rota de tráfico pela Ásia e pela Oceania, com fiscalização menos rigorosa do que as cargas rumo à Europa e à África.
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