Com surto de virose, litoral de SP tem 38 praias impróprias; veja mapa

Situação piorou no comparativo com a primeira semana de janeiro de 2024. À época, 26 praias constaram como não recomendadas. Avaliação é feita semanalmente pela companhia ambiental

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Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

De 175 praias monitoradas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) no litoral paulista, 38 estão impróprias para banho (veja a lista abaixo). Na prática, de cada cinco praias, uma deve ser evitada pelos banhistas. A situação piorou em um ano: na primeira semana de janeiro do ano passado, 26 praias estavam impróprias. A próxima atualização das condições das praias será feita nesta quinta-feira, 9.

Praia da enseada no Guarujá, litoral de São Paulo, é uma das consideradas impróprias pela Cetesb.  Foto: Taba Benedicto/ Estadão

A queda na qualidade das praias é notada no momento em que parte do litoral de São Paulo, como Santos e Guarujá, investigam um surto de virose. Pacientes com sintomas de náuseas, vômitos e diarreia lotaram as unidades de saúde nos últimos dias. Conforme a Cetesb, até o momento não é possível correlacionar os sintomas das pessoas às praias impróprias.

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Segundo a agência, um trabalho intersecretarias, conduzido pela pasta da Saúde, investiga a causa do problema. A prefeitura do Guarujá disse que acionou a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) para investigar possíveis vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada que poderiam estar ligados à alta de casos de virose.

Já a Sabesp afirmou que adotou medidas para verificar as solicitações da prefeitura e afirma que o sistema “opera normalmente”.

Em Santos, maior cidade do litoral paulista, todas as sete praias monitoradas estão impróprias para banho. Conforme a recomendação da Cetesb, os turistas não devem entrar no mar na cidade. Em São Sebastião, no litoral norte, também são sete praias, mas de um total de 30.

As cidades do litoral de São Paulo, consideradas estâncias balneárias, estão divididas em três áreas geográficas. No Litoral Norte, próximo à divisa com o Rio de Janeiro, ficam Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.

A Baixada Santista, na porção mais central, é formada pelas cidades de Bertioga, Guarujá, Santos, Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe. No Litoral Sul, mais próximo à divisa com o Paraná, estão Iguape, Ilha Comprida e Cananéia.

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Como é feita a avaliação?

A Cetesb considera uma praia imprópria para banho quando a água apresenta mais de cem colônias de bactérias por 100 ml de água, em duas ou mais amostras, em um período de cinco semanas. Quando uma praia é classificada dessa forma, a faixa de areia é sinalizada com bandeiras vermelhas.

Essa classificação indica que a qualidade da água está comprometida, aumentando o risco de contaminação para banhistas e tornando desaconselhável o uso da praia para banho. A coleta é semanal e a praia deixa de ser imprópria se duas coletas seguidas apresentarem número baixo de colônias.

A Cetesb avalia a balneabilidade coletando e analisando amostras da água em 256 km dos 448 km de praias do litoral paulista. Dos 16 municípios, só Cananéia, no extremo sul, não tem pontos de coleta. Em Iguape há apenas uma praia monitorada e em Ilha Comprida, quatro – todas com bandeira verde, ou seja, em boas condições para banho.

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A média é de uma coleta a cada 1,5 km de praia. O trabalho foi iniciado na década de 1970 e inclui praias de ilhas que recebem fluxo de turistas, como a Ilha Anchieta, em Ubatuba.

A reportagem entrou em contato com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo saneamento nos municípios do litoral, mas não obteve retorno.

Veja quais praias não são recomendadas para banhistas:

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