A Polícia Civil e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) deflagraram operação na Cracolândia neste sábado, 22, com o objetivo de prender traficantes de drogas. Por volta das 19h, a Rua dos Gusmões foi fechada com cercas de ferro no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua Santa Ifigênia, região central da capital paulista. Dependentes químicos e traficantes ficaram isolados e sentados para a realização de triagem.
A operação ocorre dois dias depois de o prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciar que, em conjunto com o governo estadual, ficou definido que uma nova estratégia adotada em relação à Cracolândia seria “não dar trégua para o traficante”. O objetivo é reduzir o fornecimento de drogas para dependentes químicos da região.
A decisão veio após reunião de Nunes com Tarcísio de Freitas (Republicanos) e em meio às críticas sobre a possibilidade de transferência do fluxo de usuários para o Bom Retiro, ideia que o próprio governador acabou desistindo depois de anunciá-la na terça-feira, 18.
“A 1.ª Delegacia Seccional (Centro) realiza na noite deste sábado, 22, uma operação com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana na região central de São Paulo. A ação está em andamento e mais informações serão divulgadas após a conclusão dos trabalhos”, diz nota da Secretaria de Segurança Pública
Segundo o prefeito afirmou na quinta-feira, 20, seria adotada a política de “tolerância zero com traficante”, sem centralizar as discussões sobre a Cracolândia na questão da localização do fluxo.
A ideia inicial de Tarcísio era tentar aproximar os usuários de drogas do Complexo Prates, equipamento municipal que atende a população em situação de rua e também dependentes químicos, no Bom Retiro. A proposta, no entanto, provocou reclamações de comerciantes da região e críticas de especialistas em segurança pública. Atualmente, a Cracolândia se concentra na região das ruas Gusmões, Vitória, Santa Ifigênia e Avenida Rio Branco, no centro da capital.
Na semana passada, os poderes municipal e estadual já haviam feito uma primeira tentativa de remover o fluxo do centro. Relatos de líderes sociais e profissionais de saúde apontam que a Polícia Militar, a Polícia Civil e a GCM conduziram o fluxo da Rua dos Gusmões até a ponte Orestes Quércia, na Marginal do Tietê, em um caminho de cerca de três quilômetros. No final da operação, os usuários fugiram do local e retornaram ao centro.
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