A prefeitura de Lupércio pediu ao governo de São Paulo que seja feita uma vistoria técnica na cratera que avança sobre a cidade, localizada no interior do Estado, a 450 quilômetros da capital. A informação consta em trechos de um relatório da Defesa Civil Estadual, o qual o Estadão teve acesso neste domingo, 21.
O órgão informa que o município, localizado na região de Bauru e Marília, tem a intenção de realizar uma vistoria que está sendo viabilizada com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), entidade vinculada ao governo paulista. O IPT informou neste domingo que a vistoria ocorrerá na próxima quarta-feira, 24.
As análises sobre a situação, por parte das autoridades, têm sido limitadas porque a erosão está concentrada dentro de uma área particular, mas com riscos de avançar a atingir áreas públicas.
Nos últimos dias a prefeitura de Lupércio vem buscando medidas para mitigar e frear o aumento da cratera, que aumentou nos últimos meses por conta das chuvas. Entre as estratégias estão a instalação de canos para o escoamento da água da chuva, lonas para estabilizar a erosão e uso de retroescavadeiras para escavar paredes e aterrar parte da cratera.
“O município tem intenção de realizar vistoria técnica por órgão competente, que está sendo viabilizado com o IPT, para a próxima segunda-feira (22/04)”, informa o relatório da Defesa Civil.
O buraco, tecnicamente chamado de voçoroca, atualmente mede cerca de 300 metros de comprimento, 25 metros de largura e 15 metros de profundidade, segundo administração municipal. Já a Defesa Civil do Estado informa que a extensão é de 226 metros
A voçoroca é uma erosão na terra provocada pela chuva e por intempéries do solo. Em Lupércio, o buraco começou a se formar em 2007, dentro de uma área de propriedade particular usada para atividades agrícolas. Nos últimos meses, porém, a fenda cresceu e avançou a ponto de se aproximar da Avenida Santo Inácio, um local público da cidade.
De acordo com a Defesa Civil, a evolução da cratera tem sido “ativa nos últimos meses” e vem sendo provocada “pelo escoamento hídrico oriundo das chuvas na área urbana.” Apesar disso, o órgão afirma que “nenhuma moradia foi atingida ou se encontra em situação de risco” e que a Defesa civil do município “segue monitorando a progressão do sinistro”.
O governo de São Paulo foi questionado para saber se a vistoria técnica estava confirmada, mas também respondeu até a publicação deste texto.
A prefeitura de Lupércio foi procurada neste domingo domingo pela reportagem, mas não retornou. Em manifestações anteriores, a administração municipal diz que tem adotado medidas administrativas para conter o avanço da erosão e que busca apoio do governo do Estado, assim como de deputados estaduais e federais para a solução do problema.
“Reconhecemos que sozinha a prefeitura não tem capacidade financeira para arcar com essa despesa sem comprometer outros setores vitais, como saúde, educação e demais serviços essenciais para nossa comunidade”, reforçou o município que tem cerca de 4 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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