SÃO PAULO - Um homem e uma jovem foram baleados durante um bloco de carnaval na Avenida Henrique Schaumann, perto do Cemitério São Paulo, em Pinheiros, zona oeste paulistana, na tarde desta terça-feira, 25. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os tiros foram disparados por um homem, que reagiu a uma tentativa de assalto.
O ferido é o autor da tentativa de furto, levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, na zona sul, e sob custódia policial. A outra vítima, identificada por testemunhas como Kamilly, de 17 anos, foi atingida por um disparo na coxa esquerda e estava em cirurgia no Hospital das Clínicas ontem à noite, segundo amigos da jovem. O caso foi registrado no 14.º Distrito Policial (Pinheiros).
Segundo amigos que testemunharam o ocorrido, um rapaz tentou arrancar por trás a corrente de ouro de um homem alto e forte que estava no bloco. Quando este percebeu a tentativa de furto, tirou a arma do bolso e atirou. O disparo atingiu o autor do furto e também Kamilly, anos, moradora do Itaim Paulista, zona leste, que brincava na folia.
Ela estava em um grupo com mais nove amigos, que participavam pela primeira vez do carnaval de rua. “Percebi que a correntinha do cara caiu no chão, me abaixei para pegar. Quando fui tentar entregar, ele sacou a arma e atirou. Pegou o cara que tenta roubá-lo, atravessou o pulmão e atingiu a coxa da minha amiga”, disse ao Estado Kamila Stephanie, de 17 anos. O show que havia acabado logo antes era o de Luisa Sonza. Os organizadores deram assistência aos feridos.
Carlos Eduardo, de 18 anos, que também estava no grupo de amigos, disse que foi apenas um disparo. Depois disso. o homem que atirou saiu correndo.
Mais ou menos na mesma hora em que as pessoas foram baleadas estava acontecendo um arrastão no bloco que desfilava pela Avenida Henrique Schaumann. Agentes da Guarda Civil Metropolitana chegaram a prender três suspeitos (dois deles menores), com alguns celulares, correntinhas e bonés, que também foram levados para o 14ºDP.
O tiros, porém, foram dados em outro ponto, tanto que o GCMs que estavam na ocorrência do arastão nem chegaram a ouvir os disparos.
No 14º DP, para onde o caso foi encaminhado, havia uma dupla de amigos que haviam sido furtados em um outro arrastão em bloco na Faria Lima. Eles tinham ido fazer BO quando os GCMs chegaram com os suspeitos do arrastão na Henrique Schaumann e um deles chegou a reconhecer o próprio celular com os suspeitos.
Isis Azevedo, de 24 anos, e Vinicius Teles, de 23, contam que estavam brincando quando começou o empurra-empurra. “Quando vi, minha bolsinha tinha sumido. Vi um menino, agarrei ele pelo pescoço e pedi minhas coisas de volta, mas ele falou que não estava com ele”, disse Isis. Ela chegou a achar a bolsa jogada aberta no chão, mas sem o aparelho. Na confusão ela foi jogada no chão e machucou joelho e tornozelo. Vinicius também teve o celular levado. Foi este que foi achado com os garotos da Henrique Schaumann.
Bloco na Berrini teve cinco baleados no pré-carnaval
No sábado de pré-carnaval, 16, um policial civil reagiu a uma tentativa de assalto na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul de São Paulo, durante a o desfile de um bloco. Cinco pessoas foram baleadas e socorridas a hospitais localizados na região. Na semana passada, o Fórum Aberto de Blocos de SP, que representa 280 agremiações, manifestou “profunda preocupação” com a segurança. No texto, a entidade cita “inúmeros” casos de arrastão, furtos, roubos e violência no pré-carnaval.
Em resposta, a Prefeitura disse que aumentaria o número de drones de 4 para 10, enquanto a Polícia Militar disse estar utilizando “força máxima”, com um agente de segurança (incluindo Guarda Civil e demais polícias) para cada 149 foliões. Também alegou que seria “obrigação” dos blocos de carnaval contratar segurança privada, o que o Fórum refuta.
Estado teve 1.324 presos nos quatro dias de folia
Desde a madrugada da sexta-feira, 21, até o início desta terça-feira, 25, 1.324 pessoas foram detidas durante a Operação Carnaval Mais Seguro, conforme a Secretaria da Segurança Pública paulista. A polícia apreendeu 142 celulares, sendo 75 devolvidos aos respectivos proprietários. Segundo o governo, uma média de 22 mil policiais militares foram às ruas diariamente. O Estado também usou uma média de 50 drones por dia para monitorar a atuação de bandidos durante a folia, principalmente para identificar ladrões de celular.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.