Empresário diz que temeu pela vida após ameaça por usar notebook em padaria: ‘Tentou uma porretada’

Caso ocorreu em Barueri, na região metropolitana de São Paulo; empório não se manifestou

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Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

O empresário Alan de Barros, de 32 anos, que relatou ter sido ameaçado pelo proprietário da padaria Empório Bethaville, de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, porque tinha um notebook sobre a mesa, disse que teve medo de morrer quando foi perseguido pelo comerciante com um pedaço de madeira na mão. “Não bastasse eu e meus amigos termos sido expulsos de uma forma grosseira e agressiva, ele ainda me atacou lá fora e tentou acertar uma porretada que poderia ser fatal”, disse.

Em imagens compartilhadas em rede social, um homem identificado como proprietário do estabelecimento chega a aparecer com um pedaço de madeira. “Eu vou te achar, eu vou pegar vocês dois. Se eu vir essa filmagem em algum lugar, eu vou matar vocês”, diz o homem em um dos vídeos.

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Barros está morando há um ano em Dubai e voltou ao Brasil para dar suporte aos negócios e rever os amigos. Ele foi à padaria com três deles na quarta-feira, 31, por volta das 12h30. “Eles me convidaram para nos encontrarmos na padaria, que eu já conhecia. Eu trabalho com tecnologia e, como eles perguntaram coisas relacionadas aos meus negócios, eu abri no notebook para mostrar para eles. Tinha pedido um lanche e um chá e nem tinha tocado no lanche quando ele (proprietário) já chegou explodindo, de forma agressiva, perguntando se eu não sabia ler.”

O empresário disse não ter visto o aviso que era proibido o uso de meios eletrônicos na padaria durante as refeições. “Eu não tinha prestado atenção à papeleta dele. Havia tantas informações, tantos cardápios e não prestei atenção. Quando ele veio nos abordar, já de forma muito agressiva, eu fechei o notebook e manifestei que ia terminar de comer e sair. Aí houve toda aquela grosseria.”

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Barros disse que chamou a Polícia Militar e foi escoltado até o 1.º Distrito Policial de Barueri. “Quando tentei registrar a ocorrência, senti uma certa resistência. Disseram que seria melhor esperar a outra parte chegar para que tomassem a versão dele. Eu disse que não esperaria, pois estaria correndo risco. Ainda estou muito assustado e passei a andar com segurança o tempo todo”, contou.

O advogado do empresário, Leonardo Dechatnik, informou que o boletim de ocorrência foi registrado e que protocolou uma queixa-crime contra o dono da padaria para que seja investigado por injúria, ameaça e tentativa de homicídio. “Ele agiu com motivação torpe, pelo simples uso de um notebook, e certamente premeditou a agressão, pois estava com a madeira em local acessível. Meu cliente saiu e ele foi atrás e tentou acertá-lo com o porrete, só não conseguindo porque se desequilibrou e caiu.”

Dechatnik disse que nesta segunda-feira, 5, vai pedir à Corregedoria da Polícia Civil que investigue a conduta dos policiais que estavam na padaria. “Temos a identificação da viatura e sabemos que eles presenciaram as agressões e nada fizeram. Diante das ameaças proferidas pelo dono da padaria, ficaram inertes.”

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou em nota que o caso envolvendo o homem de 32 anos e o proprietário da padaria foi registrado como ameaça na delegacia do município. “Segundo a vítima, ele estava no local com alguns amigos e foi advertido que não poderia usar seu notebook. Após saírem teriam sido seguidos pelo proprietário com um pedaço de madeira”, diz a nota. Segundo a SSP, quanto a possíveis denúncias contra policiais, as corregedorias estão abertas para que sejam formalizadas.

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O Estadão entrou em contato por telefone e e-mail com o proprietário do Empório Bethaville, mas não teve retorno. A reportagem também falou por telefone com a gerência do empório e foi informada de que ele não se manifestaria.

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