Clientes da Enel São Paulo, concessionária de energia elétrica na Grande São Paulo, cadastrados no programa Tarifa Social que ficaram sem energia elétrica por 48 horas ou mais após o apagão no dia 3 de novembro terão isenção do pagamento de três meses de contas de luz. A medida foi anunciada nesta quinta-feira, 30, pela própria concessionária.
A isenção é válida a partir do mês de dezembro, de acordo com o a concessionária. O auxílio será concedido também aos clientes residenciais que utilizam equipamentos elétricos para sobreviver, previamente cadastrados na distribuidora, os chamados eletrodependentes.
Os clientes que tiverem débitos anteriores com a distribuidora terão o abono de até três contas em atraso. A isenção nas contas de energia vale apenas para os clientes que já estavam cadastrados nessas categorias antes da forte tempestade de 3 de novembro em São Paulo, que derrubou dezenas de árvores sobre a rede elétrica e deixou aproximadamente 2,9 milhões de endereços ficaram sem luz.
A Tarifa Social de Energia Elétrica é um programa do governo federal que garante tarifas até 65% mais baratas para famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico e no Benefício de Prestação Continuada (idosos com mais de 65 anos ou pessoas com deficiência). O cliente pode checar na conta de luz a informação de que está sendo faturado com a Tarifa Social.
“Essa medida de apoio demonstra a sensibilidade e o compromisso social da empresa, cuja atuação é pautada pelo relacionamento responsável com as comunidades em que atua, especialmente com aqueles clientes mais vulneráveis”, diz a nota da empresa, que passou por uma troca de comando após a crise causada pelo apagão. .
A previsão inicial era de que o restabelecimento ocorreria até a terça-feira, 7, mas a falta de fornecimento de energia chegou a uma semana em algumas regiões - de acordo com a Enel, 95% dos clientes tiveram o serviço restabelecido em 72 horas. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que a gestão municipal iria processar a concessionária pelo descumprimento do prazo. .
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que estuda criar um projeto de lei para facilitar o manejo de árvores no Estado. “O grande vilão desse episódio foi a questão arbórea, foi questão da quantidade de árvores que, por falta de manejo adequado, acabaram caindo sobre a rede”, disse o governador.
Max Xavier Lins, presidente da Enel Distribuição São Paulo, também afirmou que a queda de árvores foi responsável por 95% das ocorrências de falta de luz. Segundo a empresa, cerca de mil árvores derrubadas no temporal atingiram a rede elétrica. “A questão da vegetação é o principal ofensor”, disse.
De acordo com o executivo, o temporal, com rajadas de vento de mais de 100 km/h, não foi previsto por institutos de meteorologia e que a empresa estava preparada para ventos da ordem de 55 km/h.
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