A Prefeitura de São Paulo entregou nesta segunda-feira, 5, a revitalização do cruzamento entre as Avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo. Com novas calçadas, placas, iluminação e esculturas artísticas, as obras duraram oito meses e fazem parte do Projeto Esquina Histórica, que dentro do plano #TodosPeloCentro da Prefeitura planeja recuperar toda a região central da capital e atrair novos moradores e comércios para a área.
Na parte estrutural, a requalificação da esquina entre as avenidas conta com uma substituição de 98% das lâmpadas tradicionais por luzes de led que prevém maior sustentabilidade, calçadas de cimento, fiação aérea e subterrânea e uma nova praça entre as ruas Conselheiro Nébias e dos Timbiras e a Avenida São João.
A restauração custo R$ 4,9 milhões, que foi pago pelo Fundo de Desenvolvimento Urbano (Fundurb).
Dentre as outras ações de recuperação do projeto pelo centro também estão os calçadões do Centro Histórico, a reforma do Vale do Anhangabaú, do Parque Dom Pedro II e do Parque Augusta.
“Este evento de hoje faz parte desse contexto, para podermos fazer a revitalização desta região, assim como estamos fazendo na (Praça) Princesa Isabel. O Vale do Anhangabaú já foi entregue e estamos com o processo para licitar a reforma do parque Dom Pedro, da Praça da Sé e de tantas outras localidades aqui, no Centro de São Paulo”, declarou o prefeito Ricardo Nunes em nota da Secretaria Especial de Comunicação.
Segurança
Como forma de manter a área movimentada com segurança, a Prefeitura anunciou um aumento no número de Guardas Civis Metropolitanos (GCMs) na região central. Moradores da área se queixam da sensação de insegurança crescente em meio a casos recorrentes de assaltos. O deslocamento do fluxo da Cracolândia por ruas da região no primeiro semestre também afetou o cotidiano dos bairros.
O convênio chamado “Operação Delegada” realizado entre a Prefeitura com o governo do Estado também será implementado no cruzamento. A ação traz agentes voluntários da Polícia Militar para auxiliarem nas patrulhas durante as folgas, principalmente sobre o comércios de ambulantes irregulares.
Intervenções artísticas
Além da estrutura acessível, o espaço agora conta com intervenções artísticas do calçadão aos monumentos. O novo piso de concreto que reveste a área tem em alguns trechos uma cobertura de impressão gráfica dos prédios das redondezas que buscam valorizar as construções. Os prédios visualizados são da própria Esquina Histórica.
As placas de identificação da famosa esquina também foram pensadas em modelos que remetem à antiga São Paulo, um modelo escolhido pelo prefeito Bruno Covas em 2021 e elaborado de forma exclusiva.
Outro detalhe cultural do local são as quatro esculturas de bronze da artista plástica Christina Motta, que homenageiam os músicos e compositores Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini, e os profissionais tradicionais, conhecidos como fotógrafo de lambe-lambe e jovem engraxate, que marcam a história da São Paulo de outros tempos.
As estátuas tiveram uma curadoria conjunta com à Secretaria Executiva de Turismo, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SMDET) e estão uma em cada esquina do cruzamento.
Para o arquiteto e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Celso Sampaio, a gestão da capital precisará de mais do que ações de “embelezamento”, como esta, para fazer com que o centro de São Paulo passe a respirar a plenos pulmões outra vez.
“A gente tem uma infinidade de prédios vazios do centro e pessoas dormindo na calçada em frente ao prédio vazio, se a gente inverte essa lógica, e as pessoas passam a morar nos prédios, as calçadas se liberam e você vai começar ter a necessidade de serviços para atender quem vai morar”, analisa Sampaio, que também relembra a existência de cerca de 33 mil imóveis ociosos na região central, dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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