'Estado estava preparado', diz diretor da Defesa Civil de São Paulo sobre temporal
Henguel Ricardo Pereira disse que número de vítimas não foi alto em razão da preparação e dos alertas do órgão. Chuva recorde parou a cidade na segunda-feira e causou mortes no interior
SÃO PAULO - O diretor da Defesa Civil do Estado de São Paulo, Henguel Ricardo Pereira, disse ao Estado que o monitoramento meteorológico já indicava o forte volume de chuva que atingiu a capital, a região metropolitana e cidades do interior. A previsão permitiu que as equipes se preparassem melhor, o que reduziu os impactos, segundo contou. Ainda assim, o temporal causou inúmeros transtornos ao paulistano, que não conseguiu se deslocar, além de deslizamentos, como o de Osasco, e mortes. "Não tivemos um número alto de vítimas porque o Estado estava preparado", ponderou. Leia a seguir a entrevista que Pereira concedeu:
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Como a Defesa Civil trabalha em emergências como as que foram causadas pelas chuvas desta semana?
A Defesa Civil trabalha com o monitoramento de satélites e radares meteorológicos, alinhados com uma equipe de meteorologistas que trabalham 24h para emitir boletins. Submetemos ao Cemaden a o Inpe, para que a informação seja validada antes de passá-la à população. Na sexta, 7, recebemos a informação que teríamos muita chuva e gravamos um aviso de risco para que o pessoal entrasse em alerta e se preparasse.
Chuva forte causa alagamentos em São Paulo
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Trator carrega pessoas na Lapa
Trator faz carreto de pessoas na Av. Marquês de São Vicente, Lapa, um dos bairros mais afetados pela chuva Foto: Ana Carolina Sacoman
Alagamentos em São Paulo
Até caiaque foiusado nas ruas de São Paulo nesta segunda-feira, 10, para enfrentar os alagamentos Foto: Andre Penner/ AP
Alagamentos em São Paulo
Imagem feita sobre a Ponte Júlio de Mesquita Neto, na zona norte da capital, de umpedestre atravessando a Marginal Pinheiros Foto: Felipe Rau/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Homem caminha em ponto de alagamento em São Paulo, nesta segunda-feira, 10 Foto: Andre Penner/ AP
Alagamentos em São Paulo
Fortes chuvas causaramalagamento na avenida Marquês de São Vicentena manhãdesta segunda-feira, 10, em São Paulo Foto: Werther Santana/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Um forte temporal atingiu a capital na madrugada desta segunda-feira, 10, elevando o volume de chuva dos 10 primeiros dias de fevereiro a 208 milímetr... Foto: Miguel Schincariol/ AFPMais
Alagamentos em São Paulo
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta é a pior chuva de São Paulo para um mês de fevereiro desde 1983 Foto: Fernando Bizerra/ EFE
Alagamentos em São Paulo
Mulher tenta escapar de alagamento no Butantã, em São Paulo Foto: Rahel Patrasso/ Reuters
Alagamentos em São Paulo
Fortes chuvas causaram alagamento na avenida Doutor Abrahão Ribeiro, próxima ao Fórum Criminal, na zona norte de São Paulo Foto: Werther Santana/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Bombeiros tentam resgatar motoristas com helicóptero na Marginal Tietê, mas desistem e retiram as pessoascom bote Foto: Hélvio Romero/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Resgate com helicóptero na Marginal do Rio Tietê, em São Paulo Foto: Hélvio Romero/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Pessoas precisaram ser resgatadas após oRio Tietêtransbordar e alagar todas as pistas da Marginal na região da Ponte das Bandeiras Foto: Hélvio Romero/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Rio Tietêtransborda e alaga todas as pistas da Marginal na região da Ponte das Bandeiras Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Pedestres atravessam ponto de alagamento na Avenida Marquês de São Vicente, em São Paulo Foto: Werther Santana/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Rio Tietêtransborda e alaga todas as pistas da Marginal na região da Ponte das Bandeiras Foto: Hélvio Romero/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Rua Cônego Araujo, no bairro do Limão, zona norte,alagada devido a forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo Foto: Werther Santana/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
O rio Tietê transbordou nesta segunda-feira, 10, e interditou a marginalna altura da Ponte da Casa Verde, no sentido Ayrton Senna, na zona norte de Sã... Foto: Werther Santana/ EstadãoMais
Alagamentos em São Paulo
Pessoas ilhadas após o Rio Tietêtransbordar e alagar todas as pistas da Marginal na região da Ponte das Bandeiras Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Marginal Tietêinundada na altura da Ponte do Limão, na zona norte da capital paulista Foto: Werther Santana/ Estadão
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Rio Tietêtransbordoue alagoutodas as pistas da marginal na região da Ponte das Bandeiras Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos atingem a cidade de São Paulo na manhã desta segunda-feira, 10 Foto: Hélvio Romero/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Temporal desta segunda-feira, 10,foi maior chuva de São Paulo em quase 40 anos Foto: Fernando Bizerra/ EFE
Alagamentos em São Paulo
Última vez que choveu tanto em fevereiro foi em 1983; nesta segunda-feira, 10, foram registrados mais de 130 pontos de alagamento Foto: Fernando Bizerra/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Marginal do Rio Tietê,sentido rodovia Ayrton Senna, vista da ponte Júlio de Mesquita Neto Foto: Felipe Rau/ Estadão
Alagamentos em São Paulo
Ao todo, foram registrados 132 pontos de alagamentos na grande São Paulo durante o início do dia, 66 deles intransitáveis, de acordo com o Centro de G... Foto: Miguel Schincariol/ AFPMais
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Rio Tietêtransbordoue alagoutodas as pistas da Marginal na região da Ponte das Bandeiras, em São Paulo Foto: Hélvio
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Ruas próximas ao terminal intermodal da Barra Funda inundadas após forte chuva que cai desde a madrugada desta segunda-feira, 10 Foto: Werther Santana/ Estadão
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Alagamento na avenidaCruzeiro do Sul, em São Paulo Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamento na Marginal Tietê, sob a Ponte das Bandeiras Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Alagamentos atingem a cidade de São Paulo nesta segunda-feira, 10 Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Registro do alagamento na Marginal Tietê, próximo a Ponte das Bandeiras, em São Paulo Foto: Hélvio Romero/ Estadão
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Mulheres atravessam rua alagada no bairroButantã, em São Paulo Foto: Rahel Patrasso/ Reuters
Alagamentos em São Paulo
Alagamento na avenidaCruzeiro do Sul, em São Paulo, em 10/02/2020 Foto: Hélvio Romero/ Estadão - 10/02/2020
No primeiro momento, os radares demonstraram que ela seria grande, mas espalhada pelo Estado. À medida que se aproximou, conseguimos precisar melhor a informação, o que normalmente é possível cerca de 2h antes do fenômeno. Há uma diferença entre a chuva cair em vários pontos do Estado e em um só lugar. Distribuída dessa forma, ela proporcionou o volume que vimos para alagamentos, além de direcionar muita água ao Tietê, com uma média histórica.
Como o senhor avalia a atuação da Defesa Civil em relação ao temporal desta semana?
Não tivemos um número alto de vítimas porque o Estado estava preparado. Em Osasco, onde houve o desabamento de terra, tivemos apenas uma vítima de 16 anos que foi socorrida a tempo. As pessoas saíram antes de suas casas graças a um trabalho de prevenção, que antecipou a ação. Não tenho dúvida que, se não tivessem saído, teriam sido vítimas também. Não podemos colocar o patrimônio na frente de nossas vidas.
De que forma é feito o trabalho de prevenção realizado pela Defesa Civil?
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Temos as áreas de risco alto e muito alto nas encostas, além do monitoramento constante de pluviômetros, que medem a quantidade de água nos rios em 670 pontos distribuídos por todo o Estado. Com esses dois índices, e sabendo que algumas regiões são mais montanhosas, emitimos os alertas necessários.
Também acompanhamos inundações e alagamentos, geralmente em lugares próximo aos rios, e desastres naturais por movimentação de massa (deslizamentos). Cada região tem mapeado o limiar de chuva que vai nos dar problema se cair ali. Quando ela chega, avisamos às defesas civis de cada município e as equipes vão a campo fazer a vistoria técnica.
Como posso saber se estou em uma área de risco?
Alguns sinais evidentes de pré-deslizamento podem ser observados se houver rachaduras e trincas de forma generalizada na casa ou em muros, escorrimento de água barrenta, inclinações de árvores e postes, um degrau de abatimento ou se o terreno der uma pré-cedida. Isso tudo demonstra que ele pode estar em colapso.
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Para antecipar esses eventos e riscos, as equipes vão a campo para vistorias preventivas, com o objetivo de retirar uma família dali ou alertá-la do perigo. Muitas vezes enfrentamos resistência da própria população, que não quer sair de sua casa por medo de perder seus pertences ou ser saqueado. Por isso precisamos sempre de uma ação bem planejada e articulado com outras frentes.
O que preciso fazer caso esteja em uma área de risco? Como posso me proteger?
A pessoa tem que sair do local de imediato, entrar em contato com a Defesa Civil através do 199 e seguir as orientações de segurança. Também é possível enviar gratuitamente uma mensagem de texto para o 40199, com o CEP do seu trabalho, de um familiar ou da própria residência - pode cadastrar quantos forem necessários, um por vez -, e a partir disso aquele endereço entra no banco de dados da defesa civil na região. Uma vez lá, ele recebe alertas sempre que houver risco para aquela área.