Estado planeja rebaixar mais o Tietê e o Pinheiros e construir 160 piscinões
Obras para conter danos com chuvas compõem um amplo conjunto de ações previstas para os próximos 20 anos no terceiro Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) planeja aprofundar mais uma vez a calha do Rio Tietê, rebaixar parte do Rio Pinheiros e fazer mais 160 piscinões para evitar enchentes na capital e em cidades da Grande São Paulo. As obras compõem um conjunto de ações previstas para os próximos 20 anos, no 3.º Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê (PDMAT 3), concluído em 2014 e avaliado em R$ 13,5 bilhões.
Pela proposta, o governo faria a escavação do fundo da calha do Tietê em até 2,5 metros entre a Barragem da Penha, na zona leste da capital, e a Usina Hidrelétrica Edgard de Souza, em Santana do Parnaíba. O trabalho aumentaria a seção de escoamento e a declividade do canal e, consequentemente, a capacidade de vazão do rio, evitando ou ao menos amenizando alagamentos em dias de chuva intensa, como aconteceu na madrugada de sexta-feira em três pontos da Marginal pela primeira vez desde 2011.
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Avaliado em R$ 4 bilhões, o projeto é o mais caro do plano e considerado necessário para proteger áreas de várzea ocupadas, como a Vila Itaim e o Jardim Pantanal, que sofrem constantemente com enchentes na zona leste. Se sair do papel, será a segunda grande intervenção desse tipo no Tietê.
Em 1998, com o mesmo objetivo de evitar enchentes, o Estado iniciou um programa de aprofundamento e ampliação da calha do rio com financiamento internacional. Ao todo, 24,5 km foram reformados até 2006, quando o projeto foi entregue por Alckmin após R$ 1,7 bilhão de investimento. Com a obra, dividida em duas fases, o leito do Tietê ficou, em média, 2,5 metros mais profundo e ganhou o dobro de largura.
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Para evitar novos casos de transbordamento, o governo prevê outras intervenções no rio, como a escavação de um túnel de 5,5 km para proteger a cidade de Pirapora do Bom Jesus. A obra teria início na margem direita do reservatório da cidade e acabaria 10 km após a barragem Edgar de Souza. O custo estimado é de R$ 1 bilhão.
O plano completo prevê ainda o rebaixamento de até 4 metros da calha do Rio Pinheiros, na altura da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que também alagou na sexta-feira, estragando pelo menos 200 toneladas de frutas.
Chuvas deixam mortos na Grande São Paulo
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Franco da Rocha
A presidente Dilma Rousseff sobrevoou em 12 de março áreas atingidas pela enchente em Franco da Rocha, a 45 quilômetros da capital paulista Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação
Franco da Rocha
Após sobrevoar a região, Dilma Rousselfparticipou de umareunião na Escola Superior dos Bombeiros, em Franco da Rocha Foto: Felipe Rau/Estadão
Franco da Rocha
Dilma se reuniu com o governador Geraldo Alckmin e com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, e visitou algumas áreas af... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Mairiporã
A região visitada pela presidente sofreu grandes perdas por causa da chuva. Nesta foto, Carlos (blusa azul), morador do local, orienta os bombeiros so... Foto: Felipe Rau/EstadãoMais
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Franco da Rocha
Vista aérea de Franco da Rocha, alagada pelas chuvas Foto: MARCEL NAVES/ESTADÃO
Francisco Morato
Francisco Morato foi a cidade do Estado de São Paulo com o maior número de mortes decorrentes das chuvas Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Na Rua Raul Pompeia, em Francisco Morato, um casal morreu soterrado Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Carro foi engolido pela lama após deslizamento em Francisco Morato Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
Parentes aguardamcarro do Instituto Médico Legal para remover os corpos de vítimas de soterramento em Francisco Morato Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
A Defesa Civil de Francisco Morato informou que há, no mínimo, 15 pontos com risco de desabamento na cidade Foto: José Patrício/Estadão
Francisco Morato
A prefeitura de Francisco Morato informou que durante todo o ano monitora as áreas de risco e realiza serviços de manutenção e limpeza nos córregos e ... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Francisco Morato
Por determinação da prefeitura de Francisco Morato, todos os servidores públicos estão à disposição para atendimento às ocorrências Foto: José Patrício/Estadão
Mairiporã
Em Mairiporã, na Grande São Paulo, imóveis desabaram na Rua Primavera e mataram moradores Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Bombeiros socorrem feridos em Mairiporã e seguem trabalhos de buscas por vítimas Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Mairiporã foi fortemente atingida pelas chuvas na noite de 10 de março Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Mairiporã se localiza ao norte da região metropolitana de São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão
Mairiporã
Os bombeiros estão desde o início da manhã de 11 de março buscando vítimas Foto: Felipe Rau/Estadão
São Paulo
A Marginal do Tietê, na capital paulista, alagou com o transbordamento do rio Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Motoristas enfrentaram dificuldades para trafegar pela Marginal do Tietê Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A água do Rio Tietê ficou com cor marrom Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
No centro, a Ponte da Casa Verde; ao fundo, a Ponte Governador Orestes Quércia, conhecida como Estaiadinha Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Segundo meteorologista do Climatempo, a chuva volumosa era esperada desde o início da semana Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
Na capital, a Marginal do Tietê ficou alagada; na altura da Ponte da Casa Verde, carros atravessaram o canteiro central para fugir dos pontos intransi... Foto: Bianca Pinto Lima/EstadãoMais
São Paulo
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cancelou todos os compromissos do dia e entrou em contato com os prefeitos das cidades atingidas Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A maioria das estações do Centro de Gerenciamento de Emergências registrou mais de 60 mm e uma chegou a marcar 96 mm Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
O mês de março marca o fim do período chuvoso na região metropolitana de São Paulo Foto: Hélvio Romero/Estadão
São Paulo
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital, ficou com pontos de alagamento Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Os portões 3, 13 e 14 da Ceagesp chegaram a ser interditadas para o tráfego de caminhões por volta das 9 horas Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Área interditada na Ceagesp mais prejudicadafoi o Pavilhão das Melancias Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Todos os produtos atingidos pela água na Ceagesp tiveram de ser descartados Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Apesar da tempestade, a feira das flores ocorreu normalmente entre a meia-noite e as 8 horas Foto: Juliana Diógenes/Estadão
São Paulo
Equipes trabalharam toda a manhã para a limpeza da Ceagesp Foto: Juliana Diógenes/Estadão
Itatiba
A água invadiu biblioteca de Itatiba, no interior de São Paulo, e provocou estragos Foto: Clelia Lima
Campinas
Praça Beira-Rio, em Sousas, distrito de Campinas, ficou alagada na madrugada de 11 de março após o Rio Atibaia transbordar Foto: Divulgação
Piscinões. As demais ações estão divididas ao longo dos outros rios que compõem a Bacia do Alto Tietê, como Aricanduva, Juqueri, Pirajuçara e Tamanduateí. O PDMAT 3 prevê a construção de 160 piscinões para retenção de água, além de substituição de galerias e implementação de novos canais.
Só na bacia do Juqueri, onde ficam as cidades de Franco da Rocha e Mairiporã, afetadas por enchentes na sexta, a proposta é construir 45 reservatórios com capacidade para armazenar até 5,6 bilhões de litros, a um custo de R$ 1,9 bilhão. O próprio plano destaca que a maior parte dessas obras já havia sido prevista nas versões anteriores, em 1998 e 2009.
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Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), responsável pelo plano, o objetivo é “diagnosticar e analisar o atual sistema de macrodrenagem da região e propor um conjunto de soluções capazes de reduzir os efeitos das cheias”. O órgão, contudo, não estimou o prazo de início e término das obras.
Para Jorge Giroldo, professor de engenharia do Centro Universitário da FEI, as ações são benéficas, mas insuficientes. “É difícil aprofundar mais a calha do Tietê e não restam tantas áreas para fazer piscinões. A solução no futuro será fazer retenção de água dentro de casa, como fazem na Europa”, diz.