Uma megapiscina com mil ondas por hora, uma praia artificial de 900 metros e um hotel com fachada inspirada em um templo inca fazem parte do complexo de luxo Fazenda Vista Verde, em fase de lançamento, em Araçoiaba da Serra, interior de São Paulo. O empreendimento terá uma cantina da vinícola chilena Vik e um museu a céu aberto inspirado no museu do Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais.
O projeto da Fazenda Vista Verde, apresentado no sábado, 30, para convidados, prevê investimentos de R$ 330 milhões, incluindo uma área residencial com 160 lotes de 2 mil m². O projeto é liderado pela LN Urbanismo, empresa do grupo Luan, em parceria com a Vik, responsável pelo hotel e pela cantina. A primeira fase será lançada em janeiro de 2025.
Próxima ao km 120 da Rodovia Raposo Tavares, a Fazenda Vista Verde fica a 30 km em linha reta do complexo Fazenda Boa Vista, na margem da Rodovia Castello Branco, em Porto Feliz, um ponto de referência em residenciais e hotelaria de luxo do interior. O Boa Vista também tem piscina com ondas e o hotel Fasano.
As duas fazendas abrigaram haras no passado e, a exemplo do centro equestre mantido no complexo de Porto Feliz, o projeto de Araçoiaba da Serra contempla uma hípica para cavalgadas e esportes.
A piscina com ondas é um projeto da empresa espanhola Wavegarden, que gera ondas artificiais para a prática de surfe e é responsável pela implementação de sete projetos ao redor do mundo. O Brasil se tornou um dos principais mercados para a tecnologia de piscinas com ondas, contando com três projetos - o quarto será na Fazenda Vista Verde, a um custo de R$ 130 milhões.
A piscina terá até mil ondas por hora em 20 tipos diferentes, inclusive as mais altas, para a prática do surfe. “É como se o banhista ou o surfista tivesse um pedaço do oceano exclusivo à disposição”, compara Adrian Estrada, CEO da Luan.
Sobre o projeto da Fazenda Vista Verde, a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) informou que o empreendedor solicitou parecer técnico do Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (Graprohab) para o loteamento. O processo está sendo analisado pela Cetesb e pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, SP Águas e Sabesp, que compõem o órgão colegiado do Graprohab.
Segundo Estrada, o projeto valoriza o meio ambiente e o turismo na região – o município de Iperó abriga a Floresta Nacional de Ipanema (Flona), com remanescentes arquitetônicos da Real Fábrica de Ferro do período imperial, a primeira siderúrgica brasileira. “Além dos lotes residenciais amplos, áreas de lazer e trilhas ecológicas, vamos preservar as reservas da antiga fazenda e incorporar novas áreas verdes”, diz.
Leia também
Embora mais voltado para o público da Grande São Paulo, o projeto quer atrair também moradores das regiões metropolitanas de Sorocaba e Campinas. “A Fazenda Vista Verde foi idealizada pensando no novo modo de vida ao qual jovens casais e famílias foram levados pela pandemia: moradias com muita qualidade e serviços, em cidades próximas a grandes centros urbanos”, afirma.
Para Estrada, além de um investimento imobiliário, a Vista Verde deve se tornar referência no turismo regional, com a presença da vinícola Vik, que terá um vinhedo para a futura produção da bebida. O museu a céu aberto contará com obras de 120 artistas nacionais e do exterior, podendo ser visitado por não hóspedes, no sistema day use.
Ao custo de R$ 100 milhões, o Vik Hotel terá uma fachada que remete à civilização inca, responsável pela construção dos templos de Machu Pichu, no Peru. A ideia é resgatar o antigo Caminho do Peabiru, longa trilha pré-colombiana que ligava a Cordilheira dos Andes ao Oceano Atlântico. Para muitos historiadores, o caminho passava pelo Morro de Araçoiaba, principal referência geográfica de Araçoiaba da Serra.
Leia também
Cada uma das 30 acomodações do hotel será assinada por um artista diferente. Algumas das obras que irão compor o museu a céu aberto já foram instaladas na fazenda: ‘A Criação’, de Rizza Bomfim, ‘Trepa Trepa’, de Paulo Climachauska, ‘Parâmetros de Sinapse e Micrologias’, de Loris Cecchini, e ‘Potentia Mater’, de Livia Moura.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.