A tempestade subtropical Yakecan trouxe o frio da massa de ar polar para o Brasil e fez despencar as temperaturas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Na cidade de São Paulo, os termômetros marcaram a mínima de 6,6°C segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura mais baixa para o mês de maio em 32 anos.
Já os dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE) são ainda menores, pois o órgão possui 27 estações meteorológicas espalhadas pela cidade. No bairro de Engenheiro Marsilac, a mínima absoluta registrada foi de 4,8°C na noite de terça-feira, 17. Já na madrugada de quarta, Parelheiros teve 5,4°C.
O CGE indica que a "média da temperatura mínima foi de 7,0°C, estabelecendo um novo recorde de madrugada mais fria do mês de maio na capital paulista desde que se iniciaram as medições do CGE em 2004". Já a tarde de quarta foi também a mais fria para o mês de maio em 18 anos, atingindo 12,6°C de média da temperatura máxima. Segundo o CGE, a menor máxima até então era de 13,0°C registrada em 30 de maio de 2007.
"Tivemos na quarta-feira a madrugada e a tarde mais frias para o mês de maio desde que o CGE começou a registrar as temperaturas. A tendência é que ainda fique bastante frio essa madrugada e possa estabelecer um novo recorde. Na quinta devemos ter uma máxima em torno de 14°C", explica Thomaz Garcia, meteorologista do CGE da Prefeitura de São Paulo.
O processo de levantamento das temperaturas em diversos pontos da cidade é feito de forma automática. A cada cinco minutos, os dados das 27 estações meteorológicas espalhadas pela cidade são enviados via sinal de celular e todas essas informações são reunidas.
O extremo sul da cidade, em Marsilac e Parelheiros, possui as médias históricas mais baixas. Já os bairros mais quentes, segundo os dados, são aqueles que possuem urbanização mais densa, grandes edificações e menores áreas vegetais (que trazem umidade). E também contam com influência do relevo. Nessa lista estão Itaquera, Mooca e Pirituba.
De acordo com o meteorologista, o fenômeno La Niña está favorecendo temperaturas mais baixas no Oceano Pacífico e isso deve influenciar a entrada de massas de ar frio no outono e inverno. "É uma situação muito parecida com o que observamos em julho do ano passado, quando houve uma frequência maior de frentes frias", diz.
Ou seja, os casacos que foram tirados do armário nos últimos dias serão bastante utilizados nos próximos meses. "A previsão é que nesta quinta-feira tenhamos temperaturas em torno de 7°C e máxima em torno de 14°C. Já na sexta a mínima deve ficar entre 8°C e 9°C e a máxima pode subir um pouco, em torno de 17°C. No fim de semana tem uma melhora, com o ar frio se afastando para o oceano", conclui.
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