PUBLICIDADE

Genro do ex-médico Abdelmassih é morto em tentativa de assalto no Morumbi

Trio tentava roubar moto da vítima quando policial de folga interveio e troca de tiros foi iniciada. Dois suspeitos também morreram na ocorrência. Polícia investiga

PUBLICIDADE

Foto do author Renata Okumura
Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

O genro do ex-médico Roger Abdelmassih foi morto durante uma tentativa de assalto no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, na tarde deste domingo, 26. Denis Roberto Piccoli Ramos, de 53 anos, pilotava uma moto quando foi abordado por assaltantes. Um policial de folga que passava pelo local interveio e, após troca de tiros, Denis e dois suspeitos acabaram mortos; um terceiro foi socorrido com vida para um hospital da região.

Testemunhas afirmam que os assaltantes perseguiam a moto de Denis e Soraya Ghilardi Abdelmassih, filha do ex-médico, desde a Marginal do Pinheiros. O policial teria percebido a movimentação estranha e também acompanhou o grupo. Segundo o registro do boletim de ocorrência, Soraya disse que notou quando o marido acelerou mais, “como se estivesse fugindo de algo”. A abordagem ocorreu quando o casal chegou ao edifício na região sul. Ela se abaixou ao ouvir os tiros e não conseguiu relatar mais detalhes.

Tentativa de assalto no Morumbi, na zona sul de São Paulo, termina em morte neste domingo, 26. O 34º Distrito Policial, na Vila Sônia, investiga o caso. Foto: Reprodução/Google Street View

PUBLICIDADE

O casal estava na chamada “gaiola”, área de entrada do estacionamento de condomínios. Os criminosos tentavam roubar a moto de Denis, uma BMW F-850 GS, avaliada em cerca de R$ 80 mil. No local, uma moto com dois suspeitos iniciou a abordagem e uma segunda moto com um terceiro suspeito ficou parada na rua com intuito de oferecer cobertura para os comparsas. Uma das motos tinha queixa de furto, de acordo com a polícia.

Um policial militar passava pela Rua Américo Alves Pereira Filho, onde viu a abordagem dos criminosos. O boletim de ocorrência não traz a dinâmica relatada pelo agente no momento da intervenção, detalhando apenas o relatado por dois outros policiais em serviço que foram acionados para o local.

Vizinhos contam que ouviram mais de dez disparos. A cena assustou até os profissionais de segurança. “Eu estava saindo do trabalho quando ouvi os tiros. Eu voltei para o prédio e fiquei dentro da guarita, que é blindada”, contou um dos porteiros que trabalha na região há 19 anos.

Uma moradora do prédio, que prefere não se identificar, afirma que os moradores ficaram proibidos de sair do prédio até o início da noite. “Nós recebíamos mensagens nos grupos de Whatsapp, mas muitas eram desencontradas. Ninguém sabia ao certo o que estava acontecendo”, conta.

Os policiais relataram que ao chegar notaram quatro pessoas atingidas: a vítima do roubo, Denis, e três autores do crime. Um dos suspeitos morreu no local. Denis foi atingido no peito e a polícia recomendou que parentes o socorressem ao hospital mais próximo, “temendo que o resgate não chegasse a tempo, o que foi feito, mas sem sucesso, vez que a vítima faleceu no caminho”.

Publicidade

O Samu chegou ao local e levou dois feridos para o hospital, onde posteriormente um deles também morreu. O estado de saúde do terceiro não foi informado. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Marcas de tiros nas paredes do condomínio

Na manhã desta segunda-feira, as marcas dos tiros ainda eram perceptíveis nas paredes do condomínio, principalmente na entrada da garagem. Os vizinhos estavam assustados, e a maioria não quis comentar o episódio. “É assustador você imaginar que três pessoas morreram perto de onde você mora, num domingo à tarde”, diz a estudante Morena Pamella, de 19 anos.

Moradores contam que a região, área nobre da cidade, é relativamente tranquila, graças à atuação de empresas de segurança privada - o condomínio onde aconteceu o assalto traz o selo de identificação Segurança Real Parque. Os relatos de ocorrências mais graves se referem ao roubo de aparelhos celulares nos congestionamentos da avenida Duquesa de Goiás.

Familiares e amigos de Abdelmassih não quiseram se manifestar sobre o assalto. O médico Roger Abdelmassih, 80 anos, foi condenado a uma pena de 173 anos de prisão após ter sido denunciado pelo abuso de 37 pacientes. Há duas semanas, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o pedido de prisão domiciliar solicitado por sua defesa.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.