O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), decretaram ponto facultativo nas repartições estaduais e municipais da cidade de São Paulo e região metropolitana. As duas medidas, que serão publicadas nos Diários Oficiais do Estado e do município nesta sexta-feira, levam em consideração a greve dos metroviários iniciada nesta quinta-feira, 23, e que deverá continuar por falta de acordo entre as duas partes.
No caso do decreto de Nunes, o ponto facultativo não será válido para serviços considerados essenciais, como Serviço Funerário, unidades de atendimento das secretarias de Saúde e Assistência Social, toda a rede municipal de ensino e a Segurança Urbana.
Ainda pela capital, a Secretaria de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego decidiu manter a suspensão do Rodízio Municipal de Veículos, que já não funcionou durante toda a quinta-feira.
O dia foi de dificuldade para deslocamentos na capital e na Grande São Paulo em razão da paralisação que afetou quatro linhas do serviço do Metrô: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. No fim da tarde, a companhia informou sobre a oferta parcial do serviço em estações de três linhas. Como sindicato e a companhia não chegaram a um acordo, a greve dos metroviários deverá continuar nesta sexta-feira.
“Desde a noite de ontem (quarta-feira), o Metrô buscou alternativas e não mediu esforços para que a população pudesse voltar a ter direito ao serviço. Nas primeiras horas do dia (desta quinta-feira), o Metrô comunicou ao Sindicato dos Metroviários a autorização para o funcionamento do sistema com liberação total das catracas (catraca livre, entrada gratuita), com o retorno imediato de 100% dos metroviários para garantir a segurança dos passageiros. Esta liberação era uma condição do Sindicato para o retorno da operação, atendida pelo Metrô e não cumprida pelos metroviários”, declarou o Metrô em nota na tarde desta quinta-feira.
“Já no final da manhã, o Metrô conseguiu uma decisão judicial que determinou o funcionamento de 80% do serviço do metrô nos horários de pico (entre 6h e 10h e entre 16h e 20h) e com 60% nos demais horários durante todo o período de paralisação, com cobrança de tarifa”, acrescentou. A Companhia disse ter tentado “todas as formas de negociação, inclusive com a concessão de benefícios como o pagamento de progressões salariais”.
Retorno para casa também enfrentou dificuldades
Os usuários do Metrô que foram à Estação Jabaquara no final da tarde desta quinta-feira, 23, encontram as portas do terminal fechadas. A estação permaneceu fora de operação ao longo da tarde e funcionários da empresa explicavam aos passageiros que a linha não deve reabrir até o final do dia.
A escolha da maioria dos usuários foi migrar para os pontos de ônibus localizados ao lado da estação e perguntar. Passageiros que aguardavam no local contam que a espera para algumas linhas sentido centro passava de duas horas.
Os usuários também afirmaram que colegas de trabalho não chegaram a ir ao terminal por terem sido informados que a reabertura da Linha 1-Azul, única que chega ao Jabaquara, não contemplaria a estação.
Parte dos passageiros chegaram ao local de outros municípios e, por isso, não tiveram outra alternativa se não a de apostar no retorno da operação do Metrô.
A auxiliar administrativo Karina Marcondes chegou de Santos às 17h no terminal intermunicipal que fica ao lado da estação. Carregando malas, decidiu pegar um ônibus para um ponto mais central. “Vou até a (região da) Cantareira. Estou tentando ver um ônibus. Eu não pego aqui, não tenho a mínima noção”, afirmou, após uma hora de espera.
A professora de ensino fundamental Léa do Nascimento também precisou improvisar. Como mora em Embu das Artes, distante de onde trabalha, o Colégio Estadual Deputado Nelson Fernandes, o custo da corrida de Uber seria inviável.
“Vou ter que me virar, não sei o ônibus que vou pegar. Acho que vou tentar o que vai para (a estação) Santa Cruz e de lá tentar um metrô”, disse. /COLABOROU GUSTAVO QUEIROZ
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