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Greve do Metrô de SP: ‘Usar carro por aplicativo é pagar para trabalhar’, diz passageiro

Além do preço, usuários também enfrentavam a demora para conseguir uma corrida via app

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Foto do author Renata Okumura
Atualização:

Com a greve em quatro linhas do Metrô de São Paulo, uma das alternativas para chegar ao trabalho é utilizar carros de aplicativos de transporte. No entanto, o preço, que costuma subir nessas situações de alta demanda, é um empecilho para muitos passageiros. “Acho que vou ter que pegar uns três ônibus para conseguir chegar, isso se chegar. Nem tentei ver pelo aplicativo, mas pelo valor é pagar para trabalhar”, afirmou Gleidson Fernando da Silva, de 40 anos, que mora na região do Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, e tenta chegar até a Vila Mariana, na zona sul da cidade.

O trajeto entre Artur Alvim e Tatuapé, também na zona leste, que custa R$ 30, em média, estava em torno de R$ 65 nos apps de transporte. Os passageiros enfrentavam ainda demora para conseguir as corridas.

23/03/2023 - GREVE METRO / CIDADES - Os metroviários de São Paulo aprovaram a realização de uma greve a partir das 00h desta quinta-feira (23). A decisão foi tomada em assembleia na sede do sindicato, após votação, na noite desta quarta-feira (22). Na foto passageiros se aglomeram em ponto de onibus na Avenida Tiradentes na região central da capital paulista FOTO:WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Foto: WERTHER / ESTADAO CONTEUDO

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Em Artur Alvim, a operadora de caixa Lidiane Britto, de 36 anos, aguardava a chegada do carro de aplicativo que solicitou. Ela trabalha na região do Cambuci, no centro da cidade. “Geralmente, eu vou de ônibus e metrô, mas hoje a empresa liberou para eu ir de transporte por aplicativo. A corrida que dá menos de R$ 50 está dando R$ 70. Até para pedir está demorando um pouco mais. Tentei algumas vezes e agora consegui solicitar. É o único jeito que encontrei para chegar ao trabalho”, afirmou.

Para Natan Oliveira de Carvalho, de 18 anos, que trabalha na região da 25 de Março, pegar o carro por app é inviável. “Fiz uma solicitação pelo aplicativo de transporte individual, mas está muito caro. Está dando mais de R$ 80. Muito mais caro que o meu dia de trabalho”, disse ele, que mora no Itaim Paulista, na zona leste.

Nos pontos dos arredores da estação Arthur Alvim, muitas pessoas também aguardavam a chegada de ônibus, que estão funcionando normalmente, como alternativa para chegar até o destino.

Gleidson Fernando da Silva, de 40 anos, tenta sair da zona leste para a Vila Mariana, durante a greve do Metrô de São Paulo Foto: Renata Okumura/Estadão

Uma das passageiras, a idosa Marilda Alcides, de 72 anos, acabou desistindo de tentar pegar um ônibus para chegar até o Terminal Palmeiras Barra-Funda. Com viagem marcada, ainda não sabe como chegará até a rodoviária.

“É bem complicado. Estou há mais de 30 minutos e ônibus todos cheios. Estava pensando em ir até o Parque Dom Pedro. E de lá, ver como continuar o trajeto”, disse ela.

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A operadora de telemarketing Beatriz Jesus, de 23 anos, foi pega de surpresa pela paralisação dos metroviários na manhã desta quinta-feira, reação comum entre os usuários do Metrô.

“Eu nem estava sabendo da greve. E agora estou vendo como chegar ao trabalho. Eu preciso ir até a República, no centro. Acho que terei que ir até o Terminal Parque Dom Pedro. O problema é que os ônibus também chegam cheios de outros pontos. Ainda não consegui embarcar”, disse a jovem que gasta uma hora diariamente para chegar ao trabalho, mas estima que hoje gaste ao menos o dobro do tempo.

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