Um homem de 39 anos foi preso em flagrante após proferir falas racistas e homofóbicas na tarde de terça-feira, 2, na Biblioteca Mário de Andrade, localizada na Avenida São Luís, na República, região central da capital paulista.
Guardas municipais foram acionados para atenderem a ocorrência e, no endereço indicado, verificaram que Wilho da Silva Brito estava ofendendo uma mulher, de 39 anos, e uma idosa, de 66. Imagens mostram livros do nazista Adolf Hitler na mesa onde Brito estava sentado.
Em vídeo postado nas redes sociais, ele aparece proferindo fala racista. "Eu não gosto de negro. A cultura deles é uma b****. Se prestassem, eles não seriam discriminados. Você vai lá na Praça da Sé e vê um monte de negros vendendo celular roubado. Quer dizer que eu sou racista?", disse ele.
O caso foi registrado como injúria e preconceitos de raça ou de cor (praticar a discriminação) pelo 2º Distrito Policial (Bom Retiro), segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP).
Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, também repudiou veementemente as falas e atitudes homofóbicas e racistas do frequentador. Conforme a Prefeitura, os funcionários da biblioteca também compareceram à unidade policial para prestar depoimento no mesmo boletim de ocorrência.
"A biblioteca é um espaço público marcado pelo respeito à liberdade de gênero, raça, orientação sexual, credo e de celebração da diversidade e de todos os direitos individuais", disse, em nota. Ainda de acordo com a Prefeitura, nos últimos meses, a Biblioteca Mário de Andrade, tal como diversos outros equipamentos culturais da cidade, "tem se empenhado em treinar a sua equipe para lidar com atitudes racistas, transfóbicas e misóginas em seus espaços, ao mesmo tempo em que vem desenvolvendo um trabalho de conscientização junto aos seus servidores".
Nas rede sociais, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), comentou sobre a prisão de Brito. "Denunciem todo e qualquer ato de racismo. Racistas não podem ficar impunes", disse ele.
O Estadão não conseguiu contato com a defesa de Brito.
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