SÃO PAULO - Andreas von Richthofen, de 27 anos, quebrou o silêncio 12 anos depois do assassinato dos pais, e deu uma entrevista com exclusividade à Rádio Estadão nessa sexta-feira, 6. Ele defendeu o pai, Manfred von Richthofen, da acusação de que teria desviado dinheiro da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) e não quis falar sobre a irmã, Suzane. Mas, em carta, ele classificou o crime como “nojento” e chamou a irmã e os outros dois acusados de assassinos.
Quando os pais Manfred e Marísia foram mortos na casa onde moravam, em 2002, Andreas tinha 15 anos. Hoje, é formado em Farmácia e doutor em Química Orgânica pela Universidade de São Paulo (USP), continua loiro, mas com cabelos e barba mais escuros.
Relembre momentos do caso Richthofen
1 / 12Relembre momentos do caso Richthofen
Irmão de Suzane von Richthofen quebra silêncio de 12 anos
Reprodução de foto da família Richthofen. Da esquerda para direita: Suzane, seu irmão Andreas, Marísia, Manfred Foto: Sérgio Castro/Estadão
Suzane von Richthofen
Suzane foi entrevistada pelo apresentador Gugu Liberato Foto: DIVULGACAO
Suzane von Richthofen abre mão de herança dos pais
Suzane recusou ir para o regime semiaberto Foto: Estadão
Fachada da casa dos Richthofen
Suzane abriu mão da herança dos pais Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Suzane durante enterro dos pais
A filha do casal não assumiu a autoria do crime a princípio Foto: Reprodução
Enterro dos pais
Suzane foi ao enterro dos pais. Inicialmente a ex-empregada da família era uma das pessoas suspeitas Foto: Reprodução
Prisão
Aolado de Ana Carolina Jatobá na prisão Foto: Reprodução
Suzane e os irmãos Cravinhos foram investigados posteriormente
Na foto, a polícia faz nova perícia na casa dos Richthofen com a ajuda de Suzane e do irmão Andreas Foto: Robson Fernandjes/Estadão
Entrevista para a Rede Globo
Entrevista para a TV depois de ser presa Foto: Reprodução
Andreas Richthofen
Em entrevista à rádio Estadão, Andreas, que hoje tem 27 anos e é formado em química pela USP, defendeu o pai da acusação de desvio de dinheiro e pediu... Foto: Sebastião Moreira/EstadãoMais
Irmãos Cravinhos
Irmãos Cravinhos foram os autores do assassinato de Manfred e Marísia. Suzane pediu que o crime fosse cometido e abriu a porta de casa para o ex-namor... Foto: José Patrício/EstadãoMais
Suzane ao lado dos irmãos Cravinhos
Assassinos são apresentados pela polícia. O relacionamento de Suzane e Daniel Cravinhos foi investigado em um segundo momento, primeiramente uma ex-fu... Foto: Gilberto Lima/EstadãoMais
PUBLICIDADE
Suzane, que na época do crime tinha 19 anos, foi condenada a 38 anos e seis meses de prisão, assim como o então namorado dela, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Christian.
Sob o argumento de que precisava esclarecer “algumas coisas”, Andreas divulgou uma carta na qual pede esclarecimentos públicos sobre as acusações do procurador de Justiça Nadir de Campos Júnior em relação ao seu pai.
Ouça a reportagem exclusiva da Rádio Estadão
Na última segunda-feira, o procurador afirmou no programa SuperPop, da RedeTV!, que Manfred mantinha contas na Suíça e que a beneficiária era Suzane. O dinheiro seria fruto de supostos desvios ocorridos nas obras do Trecho Oeste do Rodoanel.
“Se há contas no exterior, que o senhor apresente as provas, mostre quais são e onde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal”, escreveu Andreas. “Se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o senhor se retrate e se cale, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender.”
Sem responder a perguntas sobre a irmã, presa na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, Andreas dá sinais de que nunca vai perdoá-la. Ao se referir ao procurador, disse que entende “a raiva e a indignação contra os três assassinos”. “Muito da sociedade compartilha desse sentimento. Eu também. É nojento”, disse sobre o crime.
Peso. O irmão de Suzane afirmou ainda à Rádio Estadão que não planeja ter um filho no momento, pois ser pai exige muita responsabilidade, e que pensa em deixar o Brasil, já que seu sobrenome tem “muito peso” no País. Ele disse que se sente ferido toda vez que a imprensa divulga informação sobre a morte dos pais, sobre os assassinos Daniel e Cristian Cravinhos ou os desdobramentos do caso.