Itu além das réplicas gigantes: fábrica de chocolate e mural de artista famoso; veja vídeo

Fundado em 1610, o município a 100 quilômetros de São Paulo tem opções de turismo histórico, ecológico, cultural e religioso

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Foto do author João Ker
Atualização:

Famosa pelas estátuas e réplicas gigantes, Itu, a 100 quilômetros de São Paulo, é mais do que “a cidade dos exageros” ou “onde tudo é grande” e tem também atrações culturais, ecológicas, históricas e religiosas. além de uma das principais estâncias turísticas do interior do Estado.

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A fama de que “tudo é grande” em Itu começou nos anos 1960, com o personagem Simplício, da Praça da Alegria, a versão anterior d’A Praça É Nossa que era exibida na TV Tupi. Interpretado pelo ator ituano Francisco Flaviano de Almeida, o personagem repetia o bordão direcionado à esposa: “Contra pra eles, Ofélia, o tamanho da mandioca de Itu”.

Apesar de o bordão ter inspirado a construção de monumentos enormes pela cidade e até rendido uma pornochanchada, Itu tem um outro lado diretamente oposto a essa fama e é conhecida também como “Roma brasileira” pela sua quantidade de igrejas (os dois apelidos inclusive rivalizam, dependendo de a quem você perguntar). Fundada em 2 de fevereiro de 1610, a então Vila de Itu foi sendo construída às margens da capela de Nossa Senhora da Candelária, o que explica por quê a cidade é um dos principais destinos religiosos do Estado.

Considerada também o berço da República por ter sediado a primeira Convenção Republicana do Brasil, em 18 de abril de 1873, Itu guarda boa parte da sua herança cultural e histórica pelas ruas e construções do centro. Abaixo, veja os melhores programas para visitar esses e outros pontos em um bate e volta na cidade.

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Fazenda do Chocolate

Na Estrada Parque, às margens do Rio Tietê, a Fazenda do Chocolate atrai turistas de todo o Estado em busca do chocolate caseiro que é produzido e vendido lá mesmo. A tradição começou ainda nos anos 1980, quando a mãe de Fernando Hacker, Célia, comprou três máquinas alemãs (uma delas ainda está lá, inclusive) e começou a investir nos doces.

“Desde moleque que eu via ela fazendo e fui aprendendo. Testava uma receita aqui, outra ali e fui pegando o gosto por cozinhar”, conta Fernando, que hoje administra a fazenda e já tem planos de expandir a produção e venda até o próximo ano. Ao todo, são quatro tipos diferentes de chocolate, que variam do branco aos com 38%, 43% e 70% de cacau.

Fernando Hacker, proprietário da Fazenda do Chocolate de Itu Foto: Taba Benedicto / Estadão

A produção é feita com sementes que o próprio Fernando vai buscar no Pará ou na Bahia e os tipos de chocolate são depois desdobrados em bombons, barras com morango e nozes, por exemplo, ou biscoitos. As duas lojas da fazenda ainda têm uma variedade ampla de doces caseiros, cachaças, sabores de café, queijos, massas etc., alguns vindos do sul de Minas Gerais, mas todos com produção orgânica.

Nos fins de semana, a fazenda ainda abre o café e o restaurante, com uma área para crianças com brinquedos infláveis e cama elástica, além de receber indígenas da tribo Tupi Guarani Awápeteinjú, que vendem artesanatos e fazem apresentações em um espaço próprio. A principal atração, entretanto, são os animais da propriedade, que tem uma família com mais de 20 pavões empoleirados em todos os cantos, galinhas da Angola, búfalas, minivacas, cabritos e viveiro de aves, além dos passeios de pônei.

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Fazenda do Chocolate tem área para lazer infantil, restaurante, café e feira indígena nos fins de semana Foto: Taba Benedicto / Estadão

Fama Museu

O terreno de uma fábrica têxtil construída em 1911 e desativada no final do século passado começou a se transformar em museu há menos de dez anos, quando o empresário, colecionador e artista plástico Marcos Amaro, filho do piloto Rolim Amaro, comprou o espaço. Hoje, o local é um dos maiores desse tipo na América Latina e conta com 13 salas expositivas, onde é possível admirar obras de artistas das mais diferentes vertentes, do barroco de Aleijadinho às pinturas dionisíacas de Kandro (André Albuquerque).

Instalação na área externa do Fama Museu Foto: TABA BENEDICTO

O espaço externo do Fama é uma atração à parte, com instalações, totens e murais espalhados pelo jardim e paredes da antiga fábrica, esta também tem sua parcela de encanto. Alguns modelos de avião, como aquele em que Marcos aprendeu a pilotar com o pai, também são vistos por lá, o que aumenta a dose de surrealismo do local.

Além disso tudo, um dos setores da fábrica foi dividido em galpões, onde hoje funcionam cafés, bares, restaurantes, ateliês e o antiquário com vista para o jardim do Fama. Um desses espaços, inclusive, tem servido de refúgio para o grafiteiro Eduardo Kobra, que também assina alguns dos murais da área externa, como a releitura de O Beijo, de Picasso.

Mural assinado por Eduardo Kobra e inspirado em O Beijo, em uma das paredes do Fama Museu, em Itu Foto: Taba Benedicto/ Estadão

Parque Geológico do Varvito

Criado em 1995, o Parque do Varvito tem uma das rochas sedimentares mais importantes da América do Sul, onde é possível ver as camadas de passagem do tempo no continente desde a era glacial, há mais de dez mil anos. Infelizmente, o acesso ao local estava proibido por causa da chuva no dia que o Estadão tentou visitá-lo, mas fica a dica de qualquer forma.

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Entrada do Parque Geológico do Varvito; acesso ao local é proibido em dias de chuva Foto: TABA BENEDICTO

Centro Histórico

Os séculos da história de Itu desde que ela começou a ser construída em 1610 ao redor da capela de Nossa Senhora da Candelária ainda são visíveis pelo centro da cidade. Igrejas, construções, casas, ruelas, o Mercado Municipal e até a rosa dos ventos que marca o ponto de partida para a fundação da então Vila de Itu estão a apenas alguns passos de distância entre si, o que torna uma volta a pé pelas ruas principais um passeio certeiro para quem gosta de imaginar o passado.

Igreja de Nossa Senhora da Candelária, a Matriz de Itu, foi construída em 1790 Foto: TABA BENEDICTO

Os mais religiosos têm um atrativo a mais, uma vez que o centro também tem pelo menos cinco das principais igrejas de Itu, não à toa conhecida como a “Roma brasileira” (“Aqui, você tropeça e cai em uma igreja”, disse um morador). Primeiro monumento da cidade a ser tombado pelo Condephaat, a Igreja de Nossa Senhora da Candelária foi construída em 1790 e é um belo exemplar do barroco paulista, com acabamento no estilo rococó e obras de José Patrício da Silva Manso e Frei Jesuíno do Monte Carmelo.

Já a Igreja do Bom Jesus, onde antes ficava a capela da Candelária, a primeira da cidade, hoje abriga também o Santuário Nacional do Sagrado Coração de Jesus de Itu e ainda tem a imagem original da santa, levada pelos fundadores no século XVII. A arquitetura é inspirada na Basílica Maior de São João de Latrão, “a Mãe das Igrejas”, em Roma (a italiana mesmo).

Igreja do Bom Jesus, construída onde antes ficava a capela da Nossa Senhora da Candelária e a partir de onde Itu foi construída Foto: TABA BENEDICTO

Bar do Alemão

Inaugurado em 1902 pelo imigrante Adolf Steiner, o Bar do Alemão é um dos pontos mais tradicionais de Itu, o que é dizer muito para uma cidade com mais de quatro séculos de história. Hoje sob o comando de Herbert Steiner, neto do seu fundador, o local transformou o “bife a cavalo” em bife a parmegiana, mas a principal especialidade da casa ainda está no cardápio, por R$ 85 na porção individual.

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Inaugurado em 1902, Bar do Alemão foi um dos primeiros lugares a servir chopp no interior de São Paulo Foto: TABA BENEDICTO

Pelas paredes, estantes e balcões é possível conhecer a história do Bar do Alemão, que já recebeu nomes notórios da política, arte e esportes (o quadro com a foto de Ayrton Senna é um orgulho pessoal da casa). Igualmente importante: famoso por ser um dos primeiros estabelecimentos a vender chopp no interior de São Paulo, o local continua servindo boas e geladíssimas taças, com a diferença de hoje contar com uma variedade maior de rótulos.

Exageros de Itu

Apesar de ser um clichê a essa altura, os exageros de Itu são pontos de visitação imprescindíveis para quem visita a cidade. Além da Praça dos Exageros, eles estão espalhados também pela Praça da Matriz, onde é possível ver o orelhão instalado pela Telesp em 1973, o telefone e o semáforo gigantes. Por ali é possível encontrar várias lojas com lembrancinhas tradicionais de Itu, da borracha gigante “para apagar os erros da vida” aos cigarros do tamanho de um taco de baseball.

Serviço

  • Fazenda do Chocolate

Endereço: Estr. dos Romeiros, s/n - KM 90, Itu - SP, 13300-000

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Mais informações: https://fazendadochocolate.com.br/

  • Fama Museu

Endereço: R. Padre Bartolomeu Tadei, 09 - Alto, Itu - SP, 13300-190

Mais informações: https://famamuseu.org.br/

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  • Parque Geológico do Varvito

Endereço: Rua Parque do Varvito, 400 - Parque Nossa Sra. da Candelaria, Itu - SP, 13310-161

Mais informações: https://itu.sp.gov.br/meio-ambiente/parque-geologico-do-varvito/

  • Praça da Matriz

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Endereço: Praça Padre Miguel, 93 - Centro, Itu - SP, 13300-169

  • Igreja Nossa Senhora da Candelária

Endereço: Centro, Itu - SP, 13300-220

  • Igreja Bom Jesus

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Endereço: Praça Padre Anchieta, s/n - Centro, Itu - SP, 13300-220

  • Bar do Alemão

Endereço: R. Paula Souza, 575 - Centro, Itu - SP, 13300-220

Mais informações: http://www.bardoalemaodeitu.com.br/

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