SÃO PAULO - Um dos três adolescentes suspeitos de estuprarem uma estudante de 12 anos dentro da Escola Estadual Leonor Quadros, no Jardim Miriam, zona sul de São Paulo, confessou à Polícia Civil a participação no crime. Em seu depoimento, o jovem de 14 anos ainda entregou os outros dois amigos. Um segundo menor de idade, que também foi ouvido pela polícia, negou a participação e disse que estava na diretoria da escola na hora em que a menina foi atacada. O terceiro suspeito se mudou da casa onde morava com a família, no mesmo bairro. O rapaz ainda ameaçou a vítima via rede social, para que ela não contasse sobre o ataque.
Para a polícia, apesar de um dos dois jovens ouvidor ter negado a participação, ele também esteve no banheiro e atacou a jovem. Segundo investigadores, o depoimento do menor de idade que confessou, bate com o relato da vítima.Ainda segundo a polícia, o adolescente que ameaçou a menina e se mudou com a família foi quem idealizou o ataque. Ele teria convencido um outro estudante a dar uma “gravata” na garota no corredor da escola e depois arrastá-la para o banheiro masculino, onde o estupro aconteceu. Ainda de acordo com a polícia, após o ataque, o adolescente mandou mensagens de voz para os outros dois estudantes. Ele os orienta a não contar o que havia acontecido. E ainda pede ajuda para “resolver” o estupro e abafar o caso.
Imobilizada. No documento entregue ontem à Vara da Infância e da Juventude, além do laudo comprovando a violência sexual, também consta que a menina ficou imobilizada durante o ataque, dentro de uma cabine do banheiro. O caso corre em segredo de Justiça e, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o processo foi cadastrado e aguarda a distribuição. Agora, o caso aguarda a apreciação de um promotor, também da Vara da Infância e da Juventude, que pode pedir a internação do trio em uma unidade da Fundação Casa. Os dois adolescentes foram levados pelos pais anteontem ao 97.º DP (Imigrantes). Além da ameaça do estudante que fugiu, outro adolescente entrou em contato com a jovem via rede social para negar sua participação no crime. “Ele mandou uma mensagem dizendo que não tinha sido ele. Minha filha ainda teve o sangue-frio de responder, falando que olhou nos olhos dele e sabia muito bem o que o menino tinha feito”, disse, ao Estado, a mãe da vítima. Culpa. De acordo com a mãe da menina, ao contar o que tinha acontecido para a família, a estudante disse que se sentia culpada e pediu “desculpa”. “Minha primeira atitude foi cobrir minha filha com todo o amor que tenho”, afirmou a mãe. A estudante foi atendida no Hospital Pérola Byington, na região central de São Paulo, especializado no atendimento às vítimas de violência sexual. Segundo a mãe, a garota não sai da cama e está sofrendo com as reações dos coquetéis contra doenças sexualmente transmissíveis e contraceptivo que teve de tomar após o estupro.
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