Justiça aceita denúncia contra advogados do PCC

Ao todo, são 54 réus; cúpula da facção criminosa foi denunciada pelo Ministério Público Estadual

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SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia da Promotoria contra 40 advogados, 14 detentos e o vice-presidente do Conselho de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), Luis Carlos dos Santos, por envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.

Na Penitenciária 2, em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, estão detidas as principais lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) Foto: Alex Silva/Estadão

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Os advogados e Santos foram presos na Operação Ethos, montada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público. Segundo as investigações, os advogados eram usados para levar recados e ordens da cúpula da facção, presa na Penitenciária de Presidente Venceslau 2, no interior, para os demais criminosos que estão na rua.

Os advogados, ainda segundo a polícia, recrutavam "laranjas" para abrir contas bancárias e receber dinheiro do crime organizado.

Santos, que foi afastado do cargo após a prisão, confessou sua participação no esquema e está colaborando com a Justiça. Os advogados negam as acusações e alguns impetraram pedidos de habeas-corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para responder às acusações em liberdade. Todos foram negados.

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No seu despacho, o juiz Gabriel Medeiros diz que há "existência de provas do fato e de indícios razoáveis de sua autoria, bem como presentes as condições da ação e os pressupostos processuais".

O magistrado decretou a prisão preventiva de todos os réus. No caso dos detentos, entre eles, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a medida suspende qualquer benefício previsto na lei de execuções penais, como progressão de regime e saídas temporárias.

Plano de saúde. A investigação também descobriu que a cúpula do PCC usufruía de "plano de saúde" com gastos mensais de cerca de R$ 400 mil. Os presosrecebiam atendimento de médicos particulares, como dermatologistas, fisioterapeutas, clínicos gerais e até massagistas. Os honorários cobrados, segundo as investigações, eram bem acima do preço de mercado. 

Marcola pediu até para colocar botox para tirar pés de galinha, mas a Justiça não autorizou. Só em 2015, foram feitas cerca de 100 cirurgias particulares autorizadas pela cúpula do PCC. 

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