Justiça afasta conselheiros tutelares acusados de negligência no caso de jovem morto no Habib’s

Segundo Promotoria da Infância e Juventude, servidores falharam na aplicação de medida protetiva ao jovem morto no ano passado; suplentes assumem nesta sexta-feira, 20, diz Prefeitura

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

SÃO PAULO – Três conselheiros tutelares que atuavam na Brasilândia, zona norte de São Paulo, foram afastados do cargo em caráter liminar nessa quarta-feira, 18, por falta de aplicação de medida protetiva no caso de João Vitor. O adolescente, de treze anos, foi morto no ano passado em frente a um estabelecimento da rede Habib’s.

A decisão da Justiça atende pedido da Promotoria da Infância e Juventude da capital, que afirmou em ação cível que a permanência do trio acarretaria graves prejuízos a crianças e adolescentes atendidos pelo Conselho Tutelar da Brasilândia e da Freguesia do Ó. Em nota, a Prefeitura informou que os suplentes dos três conselheiros ocuparão os cargos a partir desta sexta-feira, 20. "Neste momento a Prefeitura aguarda notificação da justiça para suspender o salário dos conselheiros afastados", informou por meio de nota.

João Victor Souza de Carvalho tinha 13 anos Foto: Marcelo Fernandes de Carvalho

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No ano passado, João Vitor foi agredido por dois funcionários do Habib’s localizado na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital. Após as agressões, o adolescente de treze anos sofreu um infarto e morreu.+ Adolescente morre na frente de Habib’s

Segundo a Promotoria, duas testemunhas procuraram o Conselho Tutelar da Brasilândia para solicitar o acolhimento institucional de João Vitor quatro meses antes do crime. Segundo elas, o jovem vivia nas ruas e fazia acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) após sofrer uma overdose e ser vítima de agressões.

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À época, os conselheiros tutelares afirmaram que, se o caso era realmente grave, deveria ser encaminhado à Vara da Infância e Juventude Competente.+ Testemunha afirma que viu garoto ser espancado por segurança do Habib's

“Constatou-se que as condutas omissivas e negligentes atribuídas aos réus são habituais e denotam a mais absoluta falta de conhecimento acerca de suas atribuições, revelam postura autoritária e ausência de relacionamento adequado com a rede de atendimento da Infância e da Juventude local, com desprestígio ao órgão e evidente prejuízo às crianças e adolescentes destinatários de sua atuação”, escreveu a promotora Luciana Bergamo, em ação cível levada à Justiça.+ Polícia quer exumação de corpo de menino que morreu em frente ao Habib's

Segundo a Promotoria, dois dos três conselheiros afastados estão envolvidos com a falta de medida protetiva no caso João Vitor. Inicialmente, a ação pedia o afastamento de quatro conselheiros após o órgão apurar casos de omissão, negligência e condutas inadequadas praticadas por membros do Conselho Tutelar da Brasilândia.+ Habib's afasta funcionários investigados por agredir menino

Após o afastamento do trio, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) deverá convocar suplentes para ocupar os cargos. Os servidores também terão os salários suspensos.

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