Donos de escola acusados de maus-tratos se entregam à polícia em São Paulo

Estabelecimento passou a ser investigado depois que professora gravou aluno amarrado a um poste; proprietários negam as acusações

PUBLICIDADE

Foto do author José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – Os donos da escola particular Pequiá, que tiveram a prisão temporária decretada após denúncias de maus-tratos contra alunos, se entregaram à polícia no início da noite desta terça-feira, 27. O casal, Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, foi levado para o 6.º Distrito Policial do Cambuci, na zona sul de São Paulo, que investiga o caso. A prisão temporária, com prazo de 30 dias, pode ser convertida em preventiva.

PUBLICIDADE

A defesa dos suspeitos vai entrar com pedido na Justiça para que eles respondam ao inquérito em liberdade. Os advogados negociaram a apresentação do casal à polícia. Os dois chegaram algemados ao 6.º DP.

A escola, que atende a crianças da pré-escola ao ensino fundamental 1, passou a ser investigada depois que uma das professoras escondeu um celular e gravou um menino de oito anos amarrado a um poste pelas mangas da própria blusa. A docente denunciou o caso à polícia e revelou outros supostos abusos: crianças obrigadas a permanecer o dia inteiro com roupas sujas de urina, xingadas quando não guardavam os brinquedos e expostas a humilhações quando urinavam na calça.

Eduardo Mori Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira chegaram algemados no 6º Distrito Policial do Cambuci Foto: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Depois da denúncia, outras mães e professoras acusaram a escola. Crianças eram tratadas aos gritos e algumas teriam passado mal após serem obrigadas a comer brócolis e outros legumes. A escola já tinha sido denunciada em 2016 à ouvidoria da Secretaria de Educação em São Paulo, mas o caso não avançou por falta de provas. Após a denúncia atual, o prédio da escola foi pichado.

Publicidade

Criança amarrada em poste foi filmada por funcionária da escola Pequiá, em São Paulo Foto: Reprodução

Depois da denúncia, outras mães e professoras acusaram a escola. Crianças eram tratadas aos gritos e algumas teriam passado mal após serem obrigadas a comer brócolis e outros legumes. A escola já tinha sido denunciada em 2016 à ouvidoria da Secretaria de Educação em São Paulo, mas o caso não avançou por falta de provas. Após a denúncia atual, o prédio da escola foi pichado.

De acordo com a SSP, foram registrados três boletins de ocorrência sobre possíveis crimes e tomados os depoimentos de 14 pessoas, entre pais, funcionários e professores. No pedido enviado à Justiça, o delegado Fábio Daré, responsável pela investigação, entendeu que as imagens e os depoimentos justificam a prisão temporária dos suspeitos por 30 dias para a “devida apuração dos fatos”.

Desde o dia 21, quando as denúncias se tornaram públicas, a escola está com as portas fechadas. A Secretaria Estadual de Educação abriu processo administrativo para apurar as denúncias. A defesa dos donos da escola disse que eles negam de forma veemente as acusações e que são inocentes.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.