Lewandowski descarta federalizar caso de assassinato de delator do PCC em Guarulhos

O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi assassinato a tiros no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira

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Foto do author Guilherme Caetano
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira que até o momento não tem intenção de federalizar o caso do assassinato do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) assassinato a tiros no aeroporto de Guarulhos na sexta-feira, 8.

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Por mais que o caso tenha resvalado em competência federal, por ter ocorrido numa área de competência da Polícia Federal, Lewandowski afirmou que a atuação da corporação deve se limitar por enquanto à colaboração com as autoridades de São Paulo e um inquérito paralelo, que eventualmente pode convergir com os resultados da investigação aberta no âmbito estadual.

“Num primeiro momento, não existe nenhuma ideia de federalizar esse caso. Ocorre que um réu fez uma colaboração ao Ministério Público de São Paulo e, portanto, a princípio, a competência é da Polícia Civil paulista de investigar esse caso. Percebeu-se que também houve uma interferência no funcionamento no Aeroporto Internacional de São Paulo, e portanto isso desperta a competência da Polícia Federal, que se colocou à disposição às autoridades de São Paulo e abriu um inquérito paralelo no que diz respeito à sua competência, que é justamente a investigação de questões que interfiram no funcionamento do aeroporto”, afirmou o ministro após um evento no ministério, nesta tarde.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse confiar na polícia de São Paulo para resolução do caso do delator do PCC morto no aeroporto de Guarulhos  Foto: Wilton Junior/Estadão

Questionado se o governo federal pode assumir a investigação caso as autoridades de São Paulo não cheguem a uma resolução, ele afirmou acreditar na competência da polícia paulista, e que federalizar um caso é complexo. Também rechaçou a comparação com o exemplo do assassinato da vereadora Marielle Franco, cuja apuração foi assumida pela esfera federal após mais de cinco anos sem solução por parte dos órgãos do Rio de Janeiro.

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“Outra hipótese de federalização do caso é se esse homicídio tem uma repercussão interestadual, nacional. Então aí a Polícia Federal eventualmente poderá ingressar no caso”, disse o ministro. “Mas, por enquanto, eu posso assegurar a todos, as Polícias Federal, de um lado, e Civil, de outro, estão trabalhando em harmonia para elucidar esse caso, de forma conjugada”.

Ex-funcionário de uma das maiores construtoras da cidade, Gritzbach era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do PCC, e em um dos depoimentos ao Ministério Público, ele chegou a dar detalhes sobre o envolvimento da facção com o futebol e o mercado imobiliário.

A ação ocorreu na área de desembarque do Terminal 2, destinado a voos domésticos, quando a vítima chegava de uma viagem ao Nordeste com a namorada, que não ficou ferida. Uma dupla, com dois fuzis, realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e braços. Segundo o advogado Ivelson Salotto, os quatro seguranças que aguardavam o casal no aeroporto seriam policiais militares de “extrema confiança” que faziam bico de seguranças para o delator.

A força-tarefa criada para apurar a execução do empresário afastou nesta terça-feira mais quatro policiais militares investigados pela Corregedoria da corporação por fazer escolta para o delator. Agora, portanto, são oito PMs investigados. Uma possível participação dos agentes na morte de Gritzbach também não é descartada.

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