SÃO PAULO - Uma menina de 3 anos morreu após ter sido espancada na zona leste de São Paulo nesta terça-feira, 19. Principais suspeitos de ter cometido o crime, a mãe da criança, de 20 anos, e o padrasto, de 30, foram presos depois de deixar o hospital onde Micaelly Luiza de Souza Santos estava internada.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, o caso é investigado pelo 22.º Distrito Policial (São Miguel Paulista). "Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos", informou, em nota, a SSP.
Micaelly morreu no Hospital Municipal Professor Doutor Waldomiro de Paula, conhecido como Hospital Planalto, em Itaquera, e antes, no começo do mês, havia sido internada no Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista, também na zona leste, por ter sido vítima de maus-tratos.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo disse que, em 5 de novembro, a criança deu entrada no Hospital Municipal Tide Setúbal, com traumas e escoriações. "Como havia suspeita de maus-tratos, ela foi atendida e durante a internação o corpo clínico acionou o conselho tutelar e órgãos responsáveis, seguindo protocolo da Secretaria Municipal da Saúde", informou a pasta.
A criança foi submetida aos exames necessários e encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. Evoluiu bem durante a internação, segundo a secretaria, e teve alta hospitalar no dia 18 de novembro. Por determinação da Vara da Infância, a criança foi entregue à guarda provisória da avó materna, com quem deixou o hospital após a alta.
Nesta terça-feira, 19, a criança deu entrada no Hospital Municipal Prof. Dr. Waldomiro de Paula (Planalto), às 11h46, já em óbito. O caso foi relatado às autoridades e o corpo encaminhada ao IML.
Denúncias de maus-tratos a crianças
O Disque 100, canal do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, recebeu 144.580 denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes em 2016. São 396 ocorrências por dia ou 16 a cada hora.
Segundo dados do ministério, os principais suspeitos/denunciados são as mães (41% dos casos) e pais (18%). Mais da metade dos casos (53%) são de ocorrências na própria casa da criança.
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