Mais dois adolescentes acusados de agredir três pessoas na Avenida Paulista, no dia 14 de novembro, se entregaram ontem à Justiça e foram internados em uma unidade da Fundação Casa. Anteontem, outro jovem já havia se apresentado. Agora, apenas um dos menores acusados não está na instituição, como determinou a Justiça na quarta-feira. A internação deve durar até 45 dias. Ontem, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, único com mais de 18 anos. Um dos adolescentes que se entregaram ontem chegou por volta das 8h30 ao Departamento de Execução da Vara da Infância e Juventude de São Paulo (Deij), no Brás, região central. À tarde, outro se apresentou. Segundo informações da Fundação Casa, eles foram transferidos para a Unidade Brás da Fundação, localizada ao lado do Deij, e, de lá, seguirão para uma unidade de internação provisória. Inquérito. Os delegados José Matallo Neto e Renato Felisone, do 5.º Distrito Policial (Aclimação), concluíram ontem o inquérito do caso e o encaminharam ao Ministério Público e à Justiça. No documento, caracterizam as ações como tentativa de homicídio e formação de quadrilha, com base em depoimentos de vítimas e testemunhas e em imagens de câmeras de segurança. Inicialmente, o caso havia sido registrado como lesão corporal.Segundo o delegado, há elementos suficientes para afirmar que os jovens agrediram uma das vítimas com socos e chutes e só pararam porque foram impedidos por um segurança. "Quem agride alguém já nocauteado assume o risco do resultado do óbito. Esse é o dolo (intenção) eventual", disse Felisone. Os acusados dizem que agrediram uma das vítimas porque um deles havia sido paquerado. Os depoimentos dos agredidos e das testemunhas, além das imagens contradizem essa versão. Na semana passada, após a divulgação dos vídeos, um dos advogados de defesa abandonou o caso.Na investigação, testemunhas acusaram os jovens de também terem cometido outras agressões naquele mesmo dia. Em uma delas, teriam espancado um estudante de 19 anos em uma festa por volta das 4h na Avenida Ibirapuera, na zona sul. Outra vítima, ouvida ontem, afirma que foi espancada por volta das 3h na Brigadeiro Luís Antonio. A Promotoria da Infância e da Juventude vai analisar o inquérito para decidir se dará prosseguimento à acusação de tentativa de homicídio. Também avaliará o pedido de prisão de Jonathan.
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