Vítima de ‘maníaco do carro’ diz tomar remédio para dormir: ‘Chegou por trás e puxou meu braço’

Polícia procura suspeito de atacar mulheres na zona leste de São Paulo; parentes dizem que ele não se comunica com a família desde 17 de setembro

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Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

Uma das sete vítimas do homem que ataca mulheres na zona leste de São Paulo, conhecido como “maníaco do carro”, conta que, mesmo com o uso de calmantes para dormir, ainda tem acordado assustada. A atendente de 26 anos ainda se lembra dos detalhes do episódio de violência. O suspeito, identificado pela polícia como Solirano de Araújo Sousa após reconhecimento feito pelas vítimas, continua procurado pela polícia. A reportagem não conseguiu localizar a defesa.

“Eu estava de costas e ele chegou por trás, puxou meu braço e falou: ‘entra no carro’, relata ao Estadão a jovem, que registrou de boletim de ocorrência de ataque na Rua Manoel Onha, na Vila Oratório. “Ele tinha um objeto pontudo nas mãos. Não sei se era uma faca. Consegui puxar o braço e sair correndo”, continua.

A Polícia Civil identificou o homem que aparece em vídeos que circulam nas redes sociais atacando mulheres na Zona Leste de São Paulo . Reprodução/TV Globo Foto: Reprodução/TV Globo

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Câmeras de segurança gravaram o ataque do “maníaco do carro” quando a vítima estava num ponto de ônibus em 13 de setembro. Ele chega e estaciona o Fiat Uno cinza no local. Após a fuga da jovem, continua no local e tenta se aproximar de outra jovem que caminha pela caçada. Ela também de desvencilha.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública, seis casos, com um total de sete vítimas, foram notificados até o momento. Os casos estão sendo investigados como constrangimento ilegal e tentativa de roubo.

Na visão dos policiais, até o momento não é possível afirmar que o objetivo do homem seria estuprar ou assediar sexualmente as mulheres. Todas as mulheres têm conseguido escapar do suspeito.

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A vítima ouvida pelo Estadão afirma o episódio transformou sua rotina. Desde o dia 13, ela passou a ser acompanhada sempre pela mãe no trajeto até o ponto de ônibus.

No trabalho, em uma loja da região da Mooca, tem dificuldades para atender os clientes – ela não fornece todas as informações sobre seu trabalho porque teme que o suspeito possa procurá-la novamente. “Fui ao médico, estou tomando calmante. Mas acordo assustada mesmo assim”.

A mãe, que também prefere não se identificar, procura acompanhamento psicológico para a filha única. “Ela está bastante abalada e evita ficar sozinha em qualquer lugar”, conta a diarista.

Ricardo Salvatore, delegado titular do 57º Distrito Policial (DP), na Mooca, afirma que as buscas da polícia continuam em três bairros e que último contato do suspeito com a família foi realizado no dia 17 a partir do Jardim Elba, também na zona leste.

Foi nesse dia que o suspeito teria realizado uma operação bancária – sua imagem foi captada pelas câmeras de segurança de uma loja de conveniência. “As buscas continuam. Também estamos percorrendo hospitais e necrotérios para verificar algum óbito”, acrescenta o delegado.

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