O Mercado Municipal de São Paulo e o seu adjacente, Mercado Kinjo Yamato, tiveram a data de conclusão das obras de restauração postergadas pela segunda vez. Agora, pelo novo prazo, a entrega está prevista para agosto de 2025. De acordo com a Prefeitura, a prorrogação foi necessária por conta da “complexidade de algumas intervenções, que necessitaram de aprovação junto ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp)”.
As obras são de responsabilidade da concessionária Mercado SP, que assumiu os dois mercados no início de 2021. No entanto, são necessárias aprovações do Conpresp para boa parte das intervenções, já que os prédios são tombados pelo patrimônio histórico. Como mostrou o Estadão, no ano passado o Tribunal de Contas do Município (TCM) chegou a investigar a concessão e até a cor da fachada foi alvo de questionamento por conta do atraso nas obras.
O prazo inicial de entrega da restauração era junho de 2023, mas foi adiado para novembro de 2024. Agora, ficou para a agosto de 2025. Segundo a gestão municipal, a autorização para o avanço do projeto só foi emitida pela Conpresp em 14 de outubro deste ano.
“Cada coisinha depende de aprovação, cada intervenção que eu faça precisa ter regulação, não acontece dentro de um processo só. São mais de 28 processos analisados para que a gente possa começar”, afirmou o CEO da Mercado SP, Aldo Bonametti, ao Estadão.
Bonametti afirma, no entanto, que os três geradores prometidos - uma das principais queixas dos comerciantes, por sucessivos apagões - já foram instalados. Também diz que a maioria das intervenções no Mercadão já foram concluídas: o telhado foi restaurado, a fachada foi pintada e os reparos elétricos necessários foram concluídos.
Falta, agora, finalizar a troca de pisos e reformar a calçada no entorno do prédio, o que deve acontecer até o fim deste mês e abril de 2025, respectivamente, segundo o CEO.
Um outro projeto prevê a ampliação do mezanino do Mercadão para incluir novas lojas. A obra, entretanto, não faz parte da restauração, previsto no contrato de concessão. Ela ainda não foi iniciada pois precisa ser autorizada pelo Conpresp.
Maior parte das obras que faltam são no Kinjo Yamato, diz concessionária
O mercado Kinjo Yamato tem mais reformas por fazer, segundo o CEO da Mercado SP. Isso porque, por muito tempo, houve uma discussão sobre o que poderia ou não ser mudado na fachada, respeitando o tombamento. A princípio, a concessionária queria abrir completamente a fachada do mercado. “É uma demanda contratual, para ficar mais visível ao público”, diz Bonametti. Mas o projeto não foi aprovado.
Agora, a concessionária diz que foi aprovado um projeto de colocação de 17 portas que replicam a fachada original do mercado. A obra deve ser concluída até agosto de 2025, assim como a instalação de elevador e “outros projetos de infraestrutura que dependiam da última aprovação”. A reportagem esteve no mercado nesta quinta-feira, 28, e encontrou obras em andamento.
“Não tem mais nenhuma surpresa”, promete Bonametti. “Ainda temos projetos que dependem de aprovação, mas que não impactam no andamento da reforma do restauro.” O telhado, a construção de um toldo, a abertura do mezanino para o público e a construção de três passarelas já foram concluídas no mercado, segundo o CEO.
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